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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cláudio Manuel da Costa




Cláudio Manuel da Costa nasceu em Minas Gerais, na circunvizinhança da cidade de Mariana, em junho de 1729. Teve seus primeiros estudos com os jesuítas, logo depois, estudou humanidades no Rio de Janeiro e Direito na Universidade de Coimbra. Por volta de 1749, teve contato com as idéias iluministas e também com o arcadismo.

Quando retornou ao Brasil, participou da Inconfidência Mineira ao lado de Tiradentes.
O autor tinha um pseudônimo árcade: Glauceste Satúrnio, o qual era um pastor que se inspirava em sua musa Nise. Contudo, suas poesias ainda apresentavam indícios do Quinhentismo e do Barroco.

Em 1773, escreveu seu poema mais eloqüente “Vila Rica”, o qual foi publicado somente após sua morte. Nesse poema há exaltação dos feitos dos bandeirantes, fundadores de diversas cidades da região mineira, além de narrar a história da atual Ouro Preto.

O poeta gerou forte influência nas obras dos autores árcades Tomás Antônio Gonzaga e Inácio da Silva Alvarenga, considerado como precursor do Arcadismo brasileiro.

Cláudio Manuel produziu poemas com temática pastoril, com estrutura perfeita de soneto, além de trazer reflexões sobre a vida, sobre a moral e sobre o amor.

Foi preso em 1789, acusado de participar da Inconfidência Mineira, logo após, foi encontrado morto na cela. Alguns acreditam que foi suicídio, outros que foi assassinato.

As principais obras do poeta são: Obras poéticas (1768) e Vila Rica (1837).

Trecho do poema Vila Rica, Canto VIIO conceito, que pede a autoridade,
Necessária se faz uma igualdade
De razão e discurso; quem duvida,
Que de um cego furor corre impelida
A fanática idéia desta gente?
Que a todos falta um condutor prudente
Que os dirija ao acerto? Quem ignora
Que um monstruoso corpo se devora
A si mesmo, e converte em seu estrago
O que pensa e medita? Ao brando afago
Talvez venha ceder: e quando abuse
Da brandura, e obstinados se recuse
A render ao meu Rei toda a obediência,
Então porei em prática a violência;
Farei que as armas e o valor contestem
O bárbaro atentado; e que detestem
A preço do seu sangue a torpe idéia.


Profª  
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP 
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Venceslau-SP
Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR  

Cecília Meireles

                                                                    Cecília Meireles – a escritora versátil da fase romântica. 



Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu aos 7 dias do mês de novembro do ano de 1901, na capital do Rio de Janeiro.
Foi criada pela avó materna, pois ficou órfã ainda muito nova, com apenas três anos.
Forma-se em 1917 pela Escola Normal do Rio de janeiro e torna-se professora primária. Sua estréia como literária acontece com o livro de poemas “Espectros”, em 1919. Contudo, sua aclamação como escritora acontece com a obra Viagem, inspirada em uma viagem a Portugal em 1934 e publicada em 1938, sendo vencedora do prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras no ano seguinte.

No ano de 1922, ainda no início de sua carreira como escritora, Cecília Meireles participa de uma corrente literária chamada de “espiritualista”, pois são poemas de linguagem religiosa, voltados ao catolicismo. Este grupo dedicado à poesia religiosa católica colaborava para as revistas Árvore Nova, Terra de Sol e Festa. Mais tarde, ao afastar-se dessa corrente, Cecília aproxima-se das inspirações neo-simbolistas e escreve seus próximos livros, na seqüência: Nunca mais...e Poemas dos poemas de 1923 e Baladas para El-Rei de 1925.

Pouco antes, em 1922, casa-se com um pintor português, com quem tem três filhas. Em 1935, fica viúva, após o suicídio do marido. Anos depois casa-se novamente com um médico.

A partir de 1930, a professora-poetisa começa a lecionar literatura brasileira em universidades. Na Universidade do Distrito Federal (atual UFRJ), lecionou Literatura Luso-Brasileira. Sua atividade cultural se intensifica a partir de 1934, quando visita Portugal e desenvolve atividades acadêmicas e culturais nas cidades de Lisboa e Coimbra.
Neste mesmo ano, envolta a sua paixão pelo universo infantil, o qual é tema de vários livros da poetisa, funda a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro.

Nos próximos anos, de 1940 e 1950, intensifica ainda mais suas atividades literárias fora do país: leciona no Texas, faz conferências no México, recebe prêmio de distinção no Chile, participa de simpósio na Índia, onde recebe título de mérito. Segue os anos fazendo viagens, conferências e ministrando cursos.
Seu contato com outras culturas foi fundamental para sua produção poética.

A poetisa reflete em sua obra variações entre temas: sonhos, fantasia, solidão, padecimento e tempo. Este último se faz presente em muito de seus poemas, enfatizando a transitoriedade das coisas.
O lirismo de Cecília Meireles é refletido em sua linguagem que enfatiza os símbolos, os apelos sensoriais e a musicalidade.
Durante suas pesquisas históricas, a poetisa escreve o livro Romanceiro da Inconfidência, publicado em 1953, o qual é considerado sua obra-prima e trata do episódio da Inconfidência Mineira. Vejamos um trecho:

Romance I ou da revelação do ouro
Nos sertões americanos,
anda um povo desgrenhado:
gritam pássaros em fuga
sobre fugitivos riachos;
desenrolam-se os novelos
das cobras, sarapintados;
espreitam, de olhos luzentes,
os satíricos macacos.

Súbito, brilha um chão de ouro:
corre-se - é luz sobre um charco.

A zoeira dos insetos
cresce, nos vales fechados,
com o perfume das resinas
e desse mel delicado
que se acumula nas flores
em grãos de veludo e orvalho.

(Por onde é que andas, ribeiro,
descoberto por acaso?)

Grossos pés firmam-se em pedras:
sob os chapéus desabados,
o olhar galopa no abismo,
vai revolvendo o planalto;
descobre os índios desnudos,
que se escondem, timoratos;
calcula ventos e chuvas;
mede os montes, de alto a baixo;
em rios a muitas léguas
vai desmontando o cascalho;
em cada mancha de terra,
desagrega barro e quartzo.

Cecília Meireles falece vítima de doença cancerosa, aos 9 de novembro do ano de 1964.

Obras: Poesia: Espectros (1919); Nunca mais...e Poemas dos poemas (1923); Baladas para El-Rei (1925); Viagem (1939); Vaga música (1942); Mar absoluto (1945); Retrato natural (1949); Doze noturnos de Holanda e O aeronauta (1952); Romanceiro da Inconfidência (1953); Solombra (1963).

Prosa: Giroflê, Giroflá (1956); Escolha o seu sonho (1964); Olhinhos de gato (1980).

Profª  Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP 
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Presidente Venceslau-SP
Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR  




Castro Alves




Antônio Frederico de Castro Alves nasceu no dia 14 de março de 1847, em Curralinho (BA).
Quando se mudou para o Recife, em 1862, iniciou a faculdade de Direito. Era conhecido por ser um poeta defensor das causas abolicionistas; seus poemas sobre a escravidão eram exaltados em festas e reuniões. Durante este período, Castro Alves conheceu a atriz portuguesa Eugênia Câmara, com quem manteve um relacionamento durante cinco anos. O irmão do escritor, José Antônio, o qual morava com o poeta em Recife, em razão de um distúrbio mental que o assolava, suicidou-se por volta de 1864.
Em 1866, Castro Alves escreveu a peça teatral de gênero dramático “Gonzaga ou a Revolução de Minas”, pela qual ficou publicamente reconhecido pela crítica e pelo público. Um ano depois, em 1867, o escritor abandonou Recife e partiu para São Paulo, cidade na qual continuou o curso de Direito a partir do terceiro ano na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. O relacionamento com Eugênia Câmara findou-se e o poeta ficou desconsolado.
Na comemoração do dia da Independência, Castro Alves declamou pela primeira vez seu conhecido poema “Navio negreiro”. Pouco tempo depois, por volta de 1869, feriu o pé acidentalmente durante uma caçada, contudo, o ferimento agravou-se e o escritor foi obrigado a amputá-lo. Neste mesmo ano, sobreveio o agravamento da doença pulmonar do poeta, o que o fez retornar à Bahia em estado de tuberculose.
Dois anos após, em 1871, o estado de saúde de Castro Alves piorou ainda mais e aos seis de julho o poeta faleceu em uma tarde banhada de sol, como era de seu desejo.
A obra de Castro Alves não se restringiu apenas no egocentrismo das primeiras gerações românticas, pelo contrário, os horizontes literários do poeta são mais amplos: falava não só do amor voltado ao lirismo, mas do amor carnal, da luta de classes, dos marginalizados e oprimidos, do abolicionismo. O poeta tinha uma visão universal da realidade, os assuntos de seus poemas não se voltam para um universo limitado do eu, mas para o mundo que o cercava.
Contudo, se quanto à temática Castro Alves já exibe uma tendência da escola literária vindoura (Realismo), a respeito de forma, o poeta mostra-se totalmente romântico. Seus versos são abarrotados de figuras de linguagem, como: metáforas, hipérboles, antíteses. O poeta ainda é individualizado por seu trato poético com o ritmo e sonoridade perfeitos em suas poesias.
Sua única obra publicada em vida foi “Espumas flutuantes” quando o poeta regressa à Bahia. Apesar da breve vida, Castro Alves vivenciou mudanças significativas na sociedade mundial e nacional: o socialismo cientificista e exacerbado de Marx e Engels, as idéias totalmente humanistas sobre a evolução de Darwin, a luta das classes operárias por melhores condições de emprego, a decadência da Monarquia e ascensão da República, a luta pela abolição da escravatura e a Guerra do Paraguai.

Vejamos um trecho de seu poema mais conhecido: “O navio negreiro”:

(Tragédia no mar)

IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
Obras: Espumas flutuantes (1870); A cachoeira de Paulo Afonso (1876); Os escravos (1883).
Teatro: Gonzaga ou a Revolução de Minas (1875).


Profª 
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP 
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Presidente Venceslau-SP
Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR  



Casimiro de Abreu

                                                            Casimiro de Abreu – um dos autores mais conhecidos do Romantismo.


Casimiro José Marques de Abreu nasceu em Barra de São João (RJ) no dia 4 de janeiro de 1839 e faleceu em Barra de São João (RJ) em 18 de outubro de 1860.
Seu pai era comerciante e queria que o filho seguisse a mesma carreira. Casimiro de Abreu partiu para Lisboa, a fim de estudar. Nesta mesma cidade, manteve contato com o meio intelectual e de volta ao Brasil começou a escrever para jornais.
Suas poesias são de linguagem simples, fácil, com temas já abordados por outros autores e rimas pobres.
Podemos destacar a aproximação do autor com Álvares de Azevedo pela melancolia e o saudosismo a respeito da infância e da figura da mãe e da irmã; o nacionalismo em poesias de exaltação à pátria, tema comum das poesias de Gonçalves Dias.
Casimiro de Abreu tornou-se um dos poetas mais conhecidos do Romantismo justamente porque tem características na linguagem que o aproximam da fala popular.
Casimiro de Abreu faleceu vitimado pela tuberculose aos 21 anos de idade.
Sua obra poética está reunida em um volume intitulado “As primaveras”, de 1859. Sua poesia mais notória é “Meus oito anos”, na qual o saudosismo da infância é claramente expresso. Veja um trecho:

Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !
Como são belos os dias
Do despontar da existência !
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d’amor !
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar !
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !
Oh ! dias de minha infância !
Oh ! meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã !
Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã !
Obras: Poesia: Primaveras (1859).
Teatro: Camões e o jau (1856).

Profª 
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP 
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Presidente Venceslau-SP
Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR  


Carlos Drummond de Andrade


                                   Carlos Drummond de Andrade é conhecido como um dos maiores poetas de todos os tempos



Procura da poesia

[...]
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
[...]

Fonte: http://www.memoriaviva.com.br/drummond/poema025.htm
Quanta à pergunta do eu-lírico (“Trouxeste a chave?”), talvez para muitos essa chave ainda não possua a eficiência necessária para abrir as portas da imaginação, do aflorar dos sentimentos. Pode ser que tal habilidade esteja ao alcance somente daqueles em que a porta se encontra “escancarada”, e de lá só podemos ouvir os rumores reluzindo brilho e encantamento por meio da arte em saber lidar com as palavras e adorná-las de modo que soem melodicamente aos nossos ouvidos.
É exatamente nesse clima de encantamento e beleza que nos dispomos a falar sobre esse inigualável poeta, considerado o maior do século XX – Carlos Drummond de Andrade.
Antes, porém, estudaremos o contexto social, cultural, político e histórico que tanto demarcou a chamada geração de 30. Como é sabido, em meio às instabilidades políticas demarcadas pelo clima de insatisfação decorrente da estabilidade econômica (oriunda da classe oligárquica), que desencadeou significativas revoltas, como a de 1924 e a Revolta do Forte de Copacabana, a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, dentre outras, e, sobretudo, em meio às manifestações de uma burguesia extremamente voltada para os valores da cultura externa, foi dado o estopim para que os futuros representantes do Modernismo “lançassem seu grito de liberdade”.
E foi nesse clima turbulento que ocorreu, em fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna – evento considerado o marco introdutório do Modernismo brasileiro. Tal evento veio tão somente consolidar os anseios anteriormente manifestados pelos representantes pré-modernistas. Assim, entre os objetivos que nortearam de forma unânime os participantes da Semana estava o desejo de se instaurar uma poesia representada pela liberdade formal, na qual o apego às estruturas, até então cultuadas, pudesse ceder lugar ao verso livre e às formas de composição totalmente irregulares.
Assim se deu a revelação de renomados talentos de nossas artes, os quais compuseram a segunda geração modernista, demarcada predominantemente pela poesia. Esse desapego às estruturas revelou a força-motriz para que fossem cultuados tanto os versos livres quanto as formas tradicionais. No que se refere à temática, essa tendeu a revelar-se por um caráter voltado para a universalização, tendo em vista todo um clima de insatisfação social, ora revelado pelo medo, pela perplexidade diante da ocorrência de revoltas, guerras e, principalmente, pela incerteza gerada em função da realidade circundante da época.
Situados no tempo, voltemos agora para as produções do poeta em questão, as quais, segundo a concepção de alguns críticos literários, apresentam-se divididas em três fases: na primeira, o poeta observa o mundo à sua volta e passa a registrá-lo de um modo não convencional, assemelhando-se a um ser que se vê diferentemente dos outros, deslocado por si só. Constatemos, pois, uma de suas criações:

Poema de sete faces
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
[...]
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
[...]

Por meio de tais fragmentos constatamos aspectos voltados para a estética propriamente dita (versos livres), também fazendo referência ao questionamento enquanto ser.
A segunda fase de sua criação foi demarcada de forma significativa pelos sentimentos oriundos do período concernente à Segunda Guerra Mundial, em que as inquietações se fizeram prevalecer, sobretudo pela busca da própria identidade em razão dos acontecimentos que marcaram a história da humanidade. No entanto, Drummond faz disso sua razão de viver, apostando no desejo de transformar o mundo e, consequentemente, visando a uma sociedade mais justa e igualitária. Podemos constatar tais pressupostos por meio de mais de suas criações, intitulada “Poema da purificação”:

Poema da purificação
Depois de tantos combates
o anjo bom matou o anjo mau
e jogou seu corpo no rio.
As água ficaram tintas
de um sangue que não descorava
e os peixes todos morreram.
Mas uma luz que ninguém soube
dizer de onde tinha vindo
apareceu para clarear o mundo,
e outro anjo pensou a ferida
do anjo batalhador.

Na terceira fase, o sentimento de inquietação do poeta, que questionava o mundo e a si mesmo, fez com que a própria poesia se tornasse também questionada, fazendo da palavra seu objeto de estudo. Mediante tal intento, percebe-se que a ideia somente existe como palavra – seu significado original. É o que encontramos numa de suas criações por nós conferidas anteriormente, e agora retomada: 

Procura da poesia
[...]
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
[...]

Após constatarmos tamanha habilidade do fazer “poético”, conheceremos um pouco sobre a vida desse artista. Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira (MG), em 1902. Formou-se em farmácia, em Belo Horizonte, onde iniciou sua carreira jornalística e poética. Em 1928 começou a carreira como funcionário público, já no Rio de Janeiro, tornando-se chefe de gabinete do Ministério da Educação no governo de Getúlio Vargas.  Mais precisamente, sua carreira literária ganhou força de expressão a partir dos anos 50, sobretudo em 1962, quando se aposentou. Após uma vasta e significativa produção, veio a falecer em 1987, no Rio de Janeiro, sendo considerado um dos maiores poetas brasileiros.


Profª 
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela Unioeste – de Presidente Prudente /SP 
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Presidente Venceslau-SP
Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR  



Augusto dos Anjos

                                                       Augusto dos anjos - o poeta ligado à temática da morte e da podridão.


Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu em 28 de abril de 1884, no Engenho do Pau d’Arco (PB).
Seus pais eram proprietários de engenhos, os quais seriam perdidos alguns anos mais tarde, em razão do fim da monarquia, da abolição e da implantação da república.
Foi educado pelo próprio pai até ao período antecedente à faculdade. Formou-se em Direito no Recife, contudo, nunca exerceu a profissão. Criado envolto aos livros da biblioteca do pai, era dedicado às letras desde muito cedo. Ainda adolescente, o poeta publicava poesias para o jornal “O Comércio”, as quais causavam muita polêmica, por causa dos poemas era tido como louco para alguns e era elogiado por outros. Na Paraíba, foi chamado de “Doutor Tristeza” por causa de suas temáticas poéticas.

Em 1910, casa-se com Ester Fialho, com quem tem três filhos. O primeiro filho morre prematuramente. Quando a situação financeira da família se agrava, com o advento da industrialização e a queda do preço da cana-de-açúcar, o autor muda-se para o Rio de Janeiro. Nesta cidade, enfrenta o desemprego até conseguir o cargo de professor substituto na Escola Normal e no Colégio Pedro II, complementando-o com a renda das aulas particulares.
Em 1914, transfere-se para Minas Gerais, por causa de uma nomeação como diretor do Grupo Escolar de Leopoldina, a qual conseguiu com ajuda de um cunhado. Após alguns meses da mudança, o poeta morre aos 12 de novembro do mesmo ano, vitimado por pneumonia.
Augusto dos Anjos vivenciou a época do parnasianismo e simbolismo e das influências destas escolas literárias através de seus escritores, como: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Cruz e Souza, Graça Aranha, dentre outros. Porém, o único livro do escritor, intitulado “Eu”, trouxe inovação no modo de escrever, com idéias modernas, termos científicos e temáticas influenciadas por sua multiplicidade intelectual. Pela divergência dos assuntos tratados pelo autor em seus poemas em relação aos dos autores da época, Augusto dos Anjos se encaixa na fase de transição para o modernismo, chamada de pré-modernismo.
O poeta tinha como tema uma profunda obsessão pela morte e teve como base a idéia de negação da vida material e um estranho interesse pela decomposição do corpo e do papel do verme nesta questão. Por este motivo foi conhecido também como o “Poeta da morte”.
Sua única obra marca a literatura brasileira pela linguagem e temática diferenciadas.

Vejamos um trecho de um poema muito conhecido do poeta, chamado “Versos íntimos”:

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Obra: Eu (1912)


Profª 
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP 
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Presidente Venceslau-SP
Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR  



Antônio de Alcântara Machado

                                                                     Alcântara Machado – jornalista e literário do Modernismo. 



Antônio Castilho de Alcântara Machado d’Oliveira nasceu em 25 de maio de 1901, em São Paulo (SP). Nesta cidade, formou-se na faculdade de Direito, durante a qual publicou sua primeira crítica literária para o “Jornal do Comércio”. Após esse fato, passou a colaborar para este jornal até tornar-se redator-chefe.
Formou-se, mas não chegou a exercer a profissão porque estava atrelado à carreira jornalística.
Os movimentos modernistas na literatura começavam a se despontar com a “Semana de Arte Moderna”, da qual o escritor não participou. Contudo, depois de tornar-se amigo de Oswald de Andrade, adere ao movimento que o tornou um dos nomes mais significativos da prosa da Geração de 22.
Seu primeiro livro, “Pathé Baby” (com prefácio de Oswald de Andrade), é fruto do que escreveu para a imprensa em sua viagem à Europa, em 1925. Em 1928 publica "Brás, Bexiga e Barra Funda". Neste mesmo ano, já adepto da corrente modernista, Alcântara Machado participou da fundação das revistas de idéias modernistas: “Terra roxa e outras terras” e “Revista da Antropofagia”, além de colaborar com outras, como a “Revista Nova”. Paralelamente às atividades de jornalista, foi um cronista e contista notável.
Por volta de 1931, o escritor candidata-se ao cargo de deputado federal, pelo qual é eleito, mas não chega a tomar posse, pois falece aos 34 anos de idade e deixa seu único romance inacabado “Mana Maria” (1936).
O autor é conhecido por sua linguagem objetiva (provavelmente, advinda da jornalística), concisa e popular, características que davam dinamismo às suas narrativas.

Veja um trecho do livro “Brás, Bexiga e Barra Funda”:

Gaetaninho 
— Xi, Gaetaninho, como é bom!
Gaetaninho ficou banzando bem no meio da rua. O Ford quase derrubou e ele não viu o Ford. O carroceiro disse um palavrão
e ele não ouviu o palavrão.
— Eh! Gaetaninho! Vem pra dentro.
Grito materno sim: até filho surdo escuta. Virou o rosto tão feio de sardento, viu a mãe e viu o chinelo.
— Súbito!
Foi-se chegando devagarinho, devagarinho. Fazendo beicinho. Estudando o terreno. Diante da mãe e do chinelo parou.
Balançou o corpo. Recurso de campeão de futebol. Fingiu tomar a direita. Mas deu meia volta instantânea e varou pela
esquerda porta adentro.
Eta salame de mestre!
Ali na Rua Oriente a ralé quando muito andava de bonde. De automóvel ou carro só mesmo em dia de enterro. De enterro ou de
casamento. Por isso mesmo o sonho de Gaetaninho era de realização muito difícil. Um sonho.
O Beppino por exemplo. O Beppino naquela tarde atravessara de carro a cidade. Mas como? Atrás da tia Peronetta que se
mudava para o Araça. Assim também não era vantagem.
Mas se era o único meio? Paciência.
(...)

Alcântara Machado faleceu aos 14 de abril de 1935, após uma semana da realização de cirurgia para apendicite.
Em 1961, todos os contos e o romance que ficou inacabado foram reunidos em um único volume, com o título de “Novelas Paulistanas”.

Obras: Romance: Mana Maria (1936) – inacabado.
Conto: Brás, Bexiga e Barra Funda (1927): Laranja da China (1928).
Crônica: Pathé Baby (1926); Cavaquinho e saxofone (1940).


Profª 
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP 
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Presidente Venceslau-SP
Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR  

Álvares de Azevedo




Manuel Antônio Álvares de Azevedo, nasceu aos 12 de setembro de 1831, em São Paulo. Matriculou-se no curso de Direito em 1848 e deu início à produção literária, ao passo que começou a sentir os primeiros sintomas de tuberculose.

Alguns dizem que o autor teve uma vida boêmia e para outros, uma vida casta. Contudo, suas poesias mostram uma idéia fixa em sua própria morte, provavelmente por saber do estado de saúde em que se encontrava. Entretanto, o poeta também passou pela experiência da morte prematura do irmão e de seus colegas de faculdade.

Inspirado pela literatura de Lord Byron e Musset, Álvares de Azevedo impregnou suas poesias com ares sarcásticos e irônicos e com idéias de autodestruição, morte, dor e de uma visão de amor irreal e idealizado por donzelas virgens. Além disso, seus poemas de temáticas de frustração e sofrimento ganham um ar melancólico por lembranças da infância, da mãe e da irmã.

Álvares de Azevedo parecia viver uma dualidade de sentimentos que são transpassadas para sua literatura: ora é meigo e sentimental, ora é mordaz e trágico. Por ter o pessimismo como âncora de seus poemas, foi considerado o responsável pelo “mal do século”, caracterizado pelo sentimento melancólico e pelo desencanto.

Em 1851, a idéia de que a morte era certeira em sua vida, começou a escrever cartas à mãe, à irmã e aos amigos certificando-os do seu inevitável destino.

Sua temática voltada à morte pode ser considerada também como um refúgio, uma fuga da realidade conturbada que vivia e da relação com o mundo que o cercava, o qual lhe dava sensação de impotência.
O poeta desejou tanto a morte que morreu ainda jovem, aos 20 anos, a 25 de abril de 1852.

Veja o trecho do poema “Lembrança de morrer” que mostra nitidamente o desejo macabro do autor pela morte:

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
(...)
Só levo uma saudade... é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Pouco - bem poucos... e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
(...)
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua pratear-me a lousa!
Obras: Poesia : Lira dos vinte anos (1853); Conde Lopo (1866)
Conto: Noite na taverna (1855)
Teatro: Macário (1855)


Postado Por 
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP 
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Presidente Venceslau-SP
Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR  

Aluísio Azevedo



Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em 14 de abril de 1857 em São Luís (MA). O autor é fruto da união da mãe com o vice-cônsul português, após abandonar o marido. Como sempre foi muito bom caricaturista e desenhista, Aluísio ingressou na Academia Imperial de Belas-Artes no Rio de Janeiro quando terminou os estudos no Liceu de Maranhão. 

Durante a época em que viveu na cidade carioca, aproveitou-se de seu talento e tornou-se chargista até que o pai faleceu e foi obrigado a regressar à cidade natal para ficar com a mãe. 

Foi então que escreveu o romance romântico “Uma lágrima de Mulher”, ao passo que continuou na carreira jornalística, escrevendo para alguns jornais, entre eles o que ajudou a fundar, chamado “O Pensador”. Este último cuidava de discutir os problemas sociais como o racismo e tecer críticas contra o clero. 

Foi então, que decidiu se sustentar como escritor e, por ser uma atividade instável, começou a trabalhar sob encomenda. Viveu durante muitos anos, cerca de quinze, através de suas publicações. Por este motivo, sua obra literária é vasta e de valores diferenciados. 

Em 1881 publicou o livro “O mulato”, que daria ao autor o título de “precursor do Naturalismo no Brasil”. 

Esta obra foi um verdadeiro escândalo para a época, pois incitou polêmicas, como o racismo e a corrupção dos padres.

Contudo, há outro romance naturalista de Aluísio que tem mais destaque na literatura: O cortiço. As personagens nesta narrativa são operários, lavadeiras, prostitutas e apresentam a população marginalizada, excluída da sociedade. O ambiente social é caótico, degradado e sem estrutura, ou seja, um cortiço.

Aluísio Azevedo abandonou a carreira literária quando passou em um concurso e se tornou diplomata, em 1895. O autor morreu em Buenos Aires quando exercia o cargo de agente consular nesta cidade, em 21 de janeiro de 1913. 

Veja um trecho da obra “O cortiço” sobre o estereótipo de João Romão: 

"E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer, ia e vinha de pedreira para a venda, da venda para as hortas e ao capinzal, sempre em mangas de camisa, tamancos, sem meias, olhando para todos os lados, com o seu eterno ar de cobiça, apoderando-se, com os olhos, de tudo aquilo de que ele não podia apoderar-se logo com as unhas".

Obras: Uma lágrima de mulher (1879); Memórias de um condenado (ou A condessa Vésper) (1882); Mistério da Tijuca (ou Girândola de amores) (1882); Filomena Borges (1884); A mortalha de Alzira (1894). 

Romances naturalistas: O mulato (1881); Casa de pensão (1884); O homem (1887); O cortiço (1890); O coruja (1890).

Profª 
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP 
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Presidente Venceslau-SP
Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR  

Alphonsus Guimaraens

                            
Cidade de Mariana – o refúgio do autor Alphonsus de Guimaraens


Afonso Henriques da Costa Guimarães nasceu em 24 de julho de 1870, em Ouro Preto, Minas Gerais. 
Cursa a Escola de Minas de Ouro Preto quando perde sua noiva Constança, em 28 de dezembro de 1888, filha do romancista Bernardo Guimarães, o escritor de Escrava Isaura. 
Pouco tempo depois, transfere-se para São Paulo, onde cursa a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na qual se forma em 1894. Logo após formar, o autor exerce sua profissão no cargo de promotor em Minas Gerais. Durante esse período já havia colaborado para os jornais Diário Mercantil, Comércio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S. Paulo e A Gazeta. 

Casa-se com Zenaide de Oliveira em 1897 e em 1906 passa a ser juiz da cidade de Mariana, ainda em Minas, lugar de onde não saiu mais e criou 14 filhos! 

Alphonsus Guimaraens é considerado o autor místico do Simbolismo, pela evidência de um triângulo em sua obra: misticismo, amor e morte. 

Seu primeiro livro publicado em 1899 é em forma de poemas, chamado Dona Mística. Neste mesmo ano, também foi a publicação de Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara ardente. Um tempo depois, em 1902, escreve e publica Kyriale sob o pseudônimo consagrado de Alphonsus Guimaraens. 

A vida do autor norteia sua obra através dos marcos da morte da noiva e da devoção à Maria, envoltos em um clima de misticismo exacerbado, no qual a morte é vista como o meio de aproximação do amor (Constança) e de Maria (figura religiosa). 

O autor morreu em 15 de julho do ano de 1921, conhecido como “O solitário de Mariana”, por ter vivido isolado dos acontecimentos. 

Veja um trecho do famoso poema “Ismália”, personagem de fim trágico: 

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

Obras: Poesia: Setenário das dores de Nossa Senhora (1899); Câmara ardente (1889); Dona Mística (1889); Kyriale (1902). 
Prosa: Mendigos (1920)


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Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP
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Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR

                                                      


Alberto de Oliveira

                                             Alberto de Oliveira – foi considerado o mestre do Parnasianismo 
                                                               no Brasil e sócio fundador da Academia Brasileira de Letras. 


Antônio Mariano Alberto de Oliveira nasceu em Palmital de Saquarema, Rio de Janeiro, em abril de 1857. Seus primeiros estudos foram realizados em escola pública. Formou-se em Farmácia em 1884, freqüentou o curso de Medicina, no qual conheceu Olavo Bilac, porém, ambos abandonaram a faculdade. Alberto de Oliveira seguiu sua carreira de farmacêutico e casou-se, em 1889, com Maria da Glória Moreira, com quem teve um filho.
Seu primeiro livro “Canções Românticas” é um compilado de poesias, publicado em 1878, com propriedades ainda românticas, porém, com indícios de temática parnasiana. O Parnasianismo esteve intrínseco em suas obras a partir das novas publicações, o que o levou a ser considerado o mestre desta estética literária. O estilo parnasiano regozijava-se na estrutura descritiva e na exaltação da forma rígida oriunda da Antiguidade Clássica no culto da “arte pela arte”.
Exerceu cargos públicos e é um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Tinha amizade com Raimundo Correia e Olavo Bilac e forma com eles a tríade brasileira do Parnasianismo. Foi colaborador de diversos jornais no Rio de Janeiro: A Semana, Correio da Manhã, Tribuna de Petrópolis, Diário do Rio de Janeiro.
O marco do reflexo das características parnasianas na obra de Alberto de Oliveira está no seu segundo livro “Meridionais”, publicado em 1884. A partir dessa obra a temática parnasiana está cada vez mais nítida em seus outros livros, como “Sonetos e Poemas” (1885).
O autor faleceu aos 19 de janeiro de 1937, em Niterói (RJ).

Vejamos um trecho do soneto “Vaso grego” em que há a nítida exaltação da forma e da métrica rígida.

(...)
“Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.”

Obras: Poesia: Canções românticas (1878), Meridionais (1884), Sonetos e poemas (1885), Versos e rimas (1895).
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
Veja mais!
Parnasianismo no Brasil
A publicação da obra "Fanfarras", de Teófilo Dias, marca o início do parnasianismo brasileiro. 

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Vera Lucia Costalonga Lopes 
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Machado de Assis – um dos representantes do Realismo brasileiro



A arte literária, concebida como a arte da palavra, “desenhou” o cenário artístico, não somente brasileiro, mas também mundial, mediante o trabalho ímpar, magnífico, dos seus representantes. 


Não importando se o intuito era trabalhar a temática por meio de versos ou de prosa, esses autores se fizeram vistos por todos nós, apreciadores desta vasta, riquíssima e talentosa produção – a Literatura.
Cerceados por um estilo próprio, aliado às transformações advindas do contexto das eras que demarcaram a história da humanidade, grandes representantes, aqui elencados, enlevaram-nos mediante tudo aquilo que criaram e, que, indubitavelmente, permanece vivo até hoje, ainda que eles próprios – por sinal, muitos deles – não possam mais estar em nossa companhia.  

Dessa forma, convidamos você, caro (a) usuário (a), a também se enlevar com as riquezas aqui cultuadas, e, sobretudo, conhecer um pouco mais da história da Literatura, em todos os âmbitos. Por isso, não deixe de estabelecer familiaridade com tudo que, de forma especial, preparamos para você. Conheça aqui, então, os mais renomados escritores dessa inigualável arte!!!


Profª 
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP 
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Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR  


Concretismo



Texto de Décio Pignatari que ilustra bem o concretismo.


O Concretismo surge na Europa, por volta de 1917, na tentativa de se criar uma manifestação abstrata da arte.

A busca dos artistas era incorporar a arte (música, poesia, artes plásticas) às estruturas matemáticas geométricas. A intenção deste movimento concreto era desvincular o mundo artístico do natural e distinguir forma de conteúdo.

Para os concretistas a arte é autônoma e a sua forma remete às da realidade, logo, as poesias, por exemplo, estão cada vez mais próximas das formas arquitetônicas ou esculturais. As artes visuais não figurativas começam a ser mais evidentes, a fim de mostrar que no mundo há uma realidade palpável, a qual pode ser observada de diferentes ângulos.

Por volta de 1950, a concepção plástica da arte chega ao Brasil através do suíço Max Bill: artista, arquiteto, designer gráfico e de interiores. Bill é o responsável por popularizar as concepções da linguagem plástica no Brasil com a Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956.

As características gerais do concretismo na literatura são: o banimento do verso, o aproveitamento do espaço do papel, a valorização do conteúdo sonoro e visual, possibilidade de diversas leituras através de diferentes ângulos.


Artigos de "Concretismo"









Poesia Social

A poesia social surgiu como uma espécie de contraposição ao movimento concretista, reestabelecendo o lirismo e atuando como uma espécie de denúncia social.

Apresenta-se como uma verdade inquestionável afirmar que os chamados “estilos de época”, “escolas literárias”, enfim, estabelecem entre si um diálogo constante, ora se complementando, ora se contrapondo. Nesse sentido, a poesia socialsurgiu como uma espécie de manifestação, cujo alvo principal era se posicionar contra o radicalismo manifestado pelo movimento concretista. Este, por sua vez, tanto cultuou tal aspecto, que concebeu o poema como a palavra-objeto, centrada em si mesma, cuja expressão não se manifesta pelo discurso propriamente dito, mas sim pelo aspecto visual, geométrico.
Em face dessa questão, torna-se impossível conceber tais manifestações como subjetivas, visto que se trata de algo fechado, isento de múltiplas possibilidades de interpretação. Depois dela, surgiu, então, a poesia social para contradizer tudo aquilo que se fazia visto por intermédio da arte concretista.
A poesia social foi muito bem representada por Thiago de Mello, Ferreira Gullar e Afonso Romano de Sant’Ana. Eles, por meio de suas habilidades artísticas, reestabeleceram o lirismo e fizeram da palavra um instrumento de denúncia social, de revelação das mazelas que assolavam a sociedade da época em que viveram.

Assim, participando ativamente dessas questões, optaram por utilizar uma linguagem simples, que se aproximava do cotidiano, como bem nos demonstra o mestre Ferreira Gullar, em uma de suas criações:

Agosto 1964 
Entre lojas de flores e de sapatos, bares,
mercados, butiques,
viajo num ônibus Estrada de Ferro - Leblon.
Viajo do trabalho, a noite em meio,
fatigado de mentiras.
O ônibus sacoleja. Adeus, Rimbaud,
relógios de lilazes, concretismo,
neoconcretismo, ficções da juventude, adeus,
que a vida
eu a compro à vista aos donos do mundo.
Ao peso dos impostos, o verso sufoca,
a poesia agora responde a inquérito
policial-militar.
Digo adeus à ilusão
Mas não ao mundo. Mas não à vida,
meu reduto e meu reino.
Do salário injusto,
da punição injusta,
da humilhação, da tortura,
do terror,
retiramos algo e com ele construímos
um artefato, um poema,
uma bandeira.
Inferimos que, por meio da expressão Adeus, Rimbaud, o poeta denuncia o que tanto pregaram os modernistas: o desejo de uma literatura autenticamente nacionalista, como forma de desapego às importações.
Do salário injusto,
da punição injusta,
da humilhação, da tortura,
do terror,
retiramos algo e com ele construímos
um artefato, um poema,
uma bandeira.
Tais versos denunciam a indignação antes promulgada: a denúncia que se faz da realidade social, manifestada pelas desigualdades sociais. Assim como em outro de seus poemas, a intenção não se difere desta:    
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

Profª 
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP 
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Presidente Venceslau-SP


Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR  



Livros para o Vestibular 2013


Livros

Facasper
Faculdade Casper Líbero
 Til – José de Alencar
 Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
 O cortiço – Aluísio Azevedo
 Sentimento do mundo – Carlos Drummond de Andrade
 O fio das missangas – Mia Couto
 Leite derramado – Chico Buarque
Filmes
A montanha dos sete abutres – Billy Wilder
São Paulo S/A – Luiz Sérgio Person
Sob a névoa da guerra – Errol Morris
Jogo de cena – Eduardo Coutinho

FGV - Direito (SP)
Fundação Getulio Vargas
Nacionais
 Memórias de um sargento de milícias – Manuel Antônio de Almeida
 Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
 O cortiço – Aluísio Azevedo
 A cidade e as serras – Eça de Queirós
 Vidas secas – Graciliano Ramos
 Capitães da areia – Jorge Amado
 Sentimento do mundo – Carlos Drummond de Andrade
Estrangeiras
 Metamorfose – Franz Kafka
 Galileu Galilei – Bertold Brecht
 1984 – George Orwell
 Historias de cronopios e de famas – Julio Cortazar
 O Estrangeiro – Albert Camus

Fuvest e Unicamp
Universidade de São Paulo (USP)
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
 Viagens na minha terra – Almeida Garrett
 Til – José de Alencar
 Memórias de um sargento de milícias – Manuel Antônio de Almeida
 Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
 O cortiço – Aluísio Azevedo
 A cidade e as serras – Eça de Queirós
 Vidas secas – Graciliano Ramos
 Capitães da areia – Jorge Amado
 Sentimento do mundo – Carlos Drummond de Andrade

PUC-SP
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
 Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
 Sentimento do Mundo – Carlos D Andrade
 Til – José de Alencar
 Viagens na Minha Terra – Almeida Garrett
 Vidas Secas – Graciliano Ramos

Udesc
Universidade do Estado de Santa Catarina
 Amar, verbo intransitivo – Mário de Andrade
 Beijo no Asfalto – Nelson Rodrigues
 Capitães da Areia – Jorge Amado
 Ecos no Porão (volume 2) – Silveira de Souza
 Guido Wilmar Sassi – Geração do Deserto

UEA
Universidade do Estado do Amazonas
Vestibular 2013
 Iracema – José de Alencar
 Poesia Romântica – Gonçalves Dias & Outros
 Quincas Borba – Machado de Assis
 O Cortiço – Aluísio de Azevedo
 Triste fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto
 Macunaíma – Mário de Andrade
 Vidas Secas – Graciliano Ramos
 As Origens – Pero Vaz de Caminha, Pero de Magalhães Gândavo e José de Anchieta
 Poesia e Prosa – Gregório de Matos e Antonio Vieira
 Marília de Dirceu – Tomás Antônio Gonzaga
 Líricos e Épicos – Cláudio Manuel da Costa, Basílio da Gama e Santa Rita Durão
 Eu, Poesia e Poetas – Augusto dos Anjos, Olavo Bilac, Raimundo Correio, Cruz e Souza, Alphonsus de Guimaraens

SIS 2012 - 1ª etapa
 As Origens – Pero Vaz de Caminha, Pero de Magalhães Gândavo e José de Anchieta
 Poesia e Prosa – Gregório de Matos e Antonio Vieira
 Marília de Dirceu – Tomás Antônio Gonzaga
 Líricos e Épicos – Cláudio Manuel da Costa, Basílio da Gama e Santa Rita Durão
SIS 2012 - 2ª etapa
 Iracema – José de Alencar
 Poesia Romântica – Gonçalves Dias & Outros
 Quincas Borba – Machado de Assis
 O Cortiço – Aluísio de Azevedo

UEG
Universidade Estadual de Goiás
Vestibular 2013/1
 O Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto
 Estórias da Casa Velha da Ponte – Cora Coralina
 Os melhores contos de Bernardo Elis – Bernardo Elis
 Vidas Secas – Graciliano Ramos
 Estrela da Vida Inteira – Manuel Bandeira
 O Melhor das Comédias da Vida Privada – Luís Fernando Veríssimo
2ª etapa SAS 2012
 Melhores Poemas – Gonçalves Dias
 Melhores Poemas – Tomás Antônio Gonzaga
 O Cortiço – Aluízio Azevedo
3ª etapa SAS 2012
 Estrela da Vida Inteira – Manuel Bandeira
 O Leopardo é um Animal Delicado – Marina Colasanti
 Naqueles Morros Depois da Chuva – Edival Lourenço

UEL
Universidade Estadual de Londrina
 Cidade de Deus – Paulo Lins (a partir da 2ª. edição)
 As Melhores Crônicas de Rachel de Queiroz – Rachel de Queiroz
 Espumas flutuantes – Castro Alves
 São Bernardo – Graciliano Ramos
 Papéis avulsos – Machado de Assis
 Sagarana – Guimarães Rosa
 O Primo Basílio – Eça de Queirós
 O Planalto e a Estepe – Pepetela
 Farsa de Inês Pereira – Gil Vicente
 Bagagem – Adélia Prado

UEMA
Universidade Estadual do Maranhão
 O mulato - Aluísio de Azevedo
 Poema sujo - Ferreira Gullar
 A capital federal - Artur Azevedo
Filosofia
 Discurso do método - René Descartes

UEMG
Universidade do Estado de Minas Gerais
 Marília de Dirceu – Tomás Antônio Gonzaga
 Eles Eram Muitos Cavalos – Luiz Ruffato

UEPB
Universidade Estadual da Paraíba
 O centauro no jardim - Moacir Scliar
 O livro das ignorãças – Manoel de Barros
 Cartas Chilenas - Tomás Antônio Gonzaga
 O invasor - Marçal Aquino

UEPG
Universidade Estadual de Ponta Grossa
 O Guarani – José de Alencar
 Dom Casmurro – Machado de Assis
 Muitas Vozes – Ferreira Gullar
 Dois Irmãos – Milton Hatoum
 Felicidade Clandestina – Clarice Lispector

UERN
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
 50 Crônicas Escolhidas – Rubem Braga
 Horto – Auta de Souza
 Fogo Morto – José Lins do Rego
 Laços de Família – Clarice Lispector
 O Alienista – Machado de Assis

UESB
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
 Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado De Assis
 Luanda Beira Bahia - Adonias Filho
 Os Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu

UFG
Universidade Federal de Goiás
 Poesia, antologia do 50º aniversário de poesia – José Godoy Garcia
 Lira dos Vinte’Anos – Álvares de Azevedo
 Eu vos abraço, milhões – Moacyr Scliar
 O cortiço – Aluísio de Azevedo
 Uma noite em cinco atos – Alberto Martins
 Obra completa – Murilo Rubião

UFJF
Universidade Federal de Juiz de Fora
PISM III
 Incidente em Antares – Érico Veríssimo
 Literatura de Dois Gumes (ensaio) – Antônio Cândido
 O conto da Ilha Desconhecida – José Saramago
 Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto Antônio Gonzaga

UFLA
Universidade Federal de Lavras
1ª etapa PAS (2013/2015)
 A carta de Pero Vaz de Caminha
 Marília de Dirceu – Tomás Antônio Gonzaga
 Antologia poética – Gregório de Matos
2ª etapa PAS (2012/2014)
 Esaú de Jacó – Machado de Assis
 O Cortiço – Aluísio Azevedo
 Antologia poética – Olavo Bilac

UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais
 Recordações do Escrivão Isaías Caminha – Lima Barreto
 Eu – Augusto dos Anjos
 Formas do Nada – Paulo Henrique Britto
 Vermelho amargo – Bartolomeu Campos de Queirós

UFPA
Universidade Federal do Pará
 O navio negreiro – Castro Alves
 I Juca Pirama – Gonçalves Dias
 A pata da Gazela – José de Alencar
 A queda dum anjo – Camilo Castelo Branco
 Esaú e Jacó – Machado de Assis
 O primo Basílio – Eça de Queiroz
 Que Bom Marido, do volume Contos Paraenses – Marques de Carvalho
 Prostituição infantil – Olavo Bilac
 O pranto de Maria – Gil Vicente
 Libertinagem – Manuel Bandeira
 O carro dos Milagres – Benedicto Monteiro
 Primeira manhã – Dacídio Jurandir
 A viagem do elefante – José Saramago
 Poemas – Camilo Pessanha, Cruz e Souza, Fernando Pessoa e heterônimo Alberto Caeiro, Bocage, Gregório de Matos Guerra, Camões (sonetos) e cantigas trovadorescas.

UFPB
Universidade Estadual da Paraíba
PSS1:
 Os melhores poemas de Murilo Mendes – Murilo Mendes
 O noviço / O judas em sábado de aleluia – Martins Pena
 Gol de padre e outras crônicas – Stanislaw Ponte Preta
PSS2:
 Memórias de um sargento de milícias – Manuel Antônio de Almeida
 Os Melhores Poemas de Olavo Bilac – Olavo Bilac
 Os melhores contos de Machado de Assis – Machado de Assis
PSS3:
 Contos Brasileiros II
 Os melhores poemas de João Cabral de Melo Neto – João Cabral de Melo Neto
 Usina – José Lins do Rego

UFPR
Universidade Federal do Paraná
 Anjo Negro – Nelson Rodrigues
 Felicidade Clandestina – Clarice Lispector
 Inocência – Visconde de Taunay (Alfredo d’Escragnolle Taunay)
 Luciola – José de Alencar
 Os Dois ou o Inglês Maquinista – Luís Carlos Martins Pena
 O Bom Crioulo – Adolfo Caminha
 Poemas Escolhidos – Gregório de Matos (organização de José Miguel Wisnik)
 Romanceiro da Inconfidência – Cecília Meireles
 São Bernardo – Graciliano Ramos
 Urupês – Monteiro Lobato

UFRGS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
 O Guardador de Rebanhos - Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)
 Memórias de um Sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida
 Esaú e Jacó - Machado de Assis
 A Educação pela Pedra - João Cabral de Melo Neto
 História do Cerco de Lisboa - José Saramago
 O Centauro no Jardim - Moacyr Scliar
 Contos Gauchescos - João Simões Lopes Neto
 Manuelzão e Miguilim (Campo Geral e Uma estória de amor) - Guimarães Rosa
 O Pagador de Promessas - Dias Gomes
 Feliz Ano Novo - Rubens Fonseca
 O Filho Eterno - Cristóvão Tezza
 A Nosso Senhor Jesus Christo com actos de arrependimento e suspiros de amor; A Jesus Cristo Nosso Senhor; Inconstância dos bens do mundo; À cidade da Bahia (2) (soneto); A Maria dos povos, sua futura esposa; Epílogos; A uma dama; A instabilidade das cousas no mundo; A certa personagem desvanecida; Aos principais da  Bahia chamados caramurus; À procissão de cinza em Pernambuco; Milagres do Brasil São; Retrato/Dona Ângela; Contemplando nas cousas do mundo; E pois coronista sou; Ao padre Lourenço Ribeiro, homem pardo que foi vigário da freguesia do Passé; Define a sua cidade; Descreve a vida escolástica; À cidade da Bahia (2); Aos vícios; Descreve a confusão do festejo do Entrudo; Solitário em seu mesmo quarto à vista da luz; Aos afetos e lágrimas derramadas; Admirável expressão que faz o poeta de seu atencioso silêncio; Definição do amor – romance - Gregório de Matos Guerra.

UFRN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
 Crônicas de Origem – Luís da Câmara Cascudo
 A Rosa do Povo – Carlos Drummond de Andrade
 Capitães da Areia – Jorge Amado
 O Santo e a Porca – Ariano Suassuna
 Antologia de Contos - Contos brasileiros contemporâneos – Vários autores

UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina
 Amar, verbo intransitivo – Mário de Andrade
 Beijo no Asfalto – Nelson Rodrigues
 Capitães de Areia – Jorge Amado
 Ecos no Porão – Silveira de Souza.
 Geração do Deserto – Guido Wilmar Sassi
 Memórias de um sargento de Milícias – Manoel Antônio de Almeida
 Memórias Sentimentais de João Miramar – Oswald de Andrade
 Poesia Marginal – Diversos autores

UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
1ª etapa Seriado 2012/2015
 Marília de Dirceu – Tomás Antônio Gonzaga
 Melhores Poemas – Gregório de Matos
 Cronistas do descobrimento – Antônio Carlos Olivieri e Marco Antônio Villa
 Sermão de Santo Antônio ou dos Peixes – Padre Antônio Vieira
2ª etapa Seriado 2011/2014
 O Guarani – José de Alencar
 Memórias de um sargento de milícias – Manuel Antônio de Almeida
 Quincas Borba – Machado de Assis
 Grandes poemas do romantismo brasileiro – Org. Alexei Bueno
 A moreninha – Joaquim Manuel de Macedo
3ª etapa Seriado 2010/2013 e Vestibular 2013
 Libertinagem & Estrela da Manhã – Manuel Bandeira
 Os melhores poemas de Mário Quintana – Org. Fausto Cunha
 O pagador de promessas – Dias Gomes
 O Tempo e o Vento - O Continente I  Érico Veríssimo
 Os cem melhores contos brasileiros do século – Org Italo Mariconi

UFT
Universidade Federal do Tocantins
 Lucíola – José de Alencar
 Os de minha rua – Ondjaki
 O Beijo no Asfalto – Nelson Rodrigues
 Os Escravos – Castro Alves
 De sonhos e construção – Sebastião Pinheiro

UFU
Universidade Federal de Uberlândia
1ª etapa PAAES 2012/2015
 Cândido ou O Otimismo – Voltaire

 Carta de Pero Vaz de Caminha – Pero Vaz de Caminha
 O fio das missangas – Mia Couto
 Poemas de Gregório de Matos – Org. Letícia Mallard
 Sonetos de Camões – Luis Vaz de Camões
2ª etapa PAAES 2011/2014
 Antologia Poética – Olavo Bilac
 O Bom Crioulo – Adolfo Caminha
 Feliz Ano Novo – Rubem Fonseca.  Leitura dos seguintes textos: Feliz Ano Novo; Corações Solitários; Abril, no Rio, em 1970; Botando pra quebrar; Passeio Noturno (parte I) e Passeio Noturno (parte II).
 Navio negreiro e outros poemas – Castro Alves
 Quincas Borba – Machado de Assis
 O demônio familiar – José de Alencar
3ª etapa PAAES 2010/2013
 Anjo Negro – Nelson Rodrigues
 A morte de Ivan Ilitch – Leon Tolstoi
 Menino do Mato – Manoel de Barros
 Memórias Sentimentais de João Miramar – Oswald de Andrade
 Menina a Caminho – Raduan Nassar
 O Abraço – Lygia Bojunga
 Hídrias – Dora Ferreira da Silva
 SagaranaSão Marcos e A volta do Marido Pródigo - Guimarães Rosa

UFV
Universidade Federal de Viçosa
1ª etapa Pases
 A carta de Pero Vaz de Caminha
 Marília de Dirceu – Tomás Antônio Gonzaga
 Antologia poética – Gregório de Matos
2ª etapa Pases
 Esaú de Jacó – Machado de Assis
 O Cortiço – Aluísio Azevedo
 Antologia poética – Olavo Bilac

UFVJM
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
1ª etapa SASI 2012
 A carta de Pero Vaz de Caminha
 O Uruguai – Basílio da Gama
 Antologia poética – Gregório de Matos
2ª etapa SASI 2012
 Esaú de Jacó – Machado de Assis
 O Cortiço – Aluísio Azevedo
 Antologia poética – Olavo Bilac

UNEB
Universidade do Estado da Bahia
 A morte e a morte de Quincas Berro D’Água – Jorge Amado
 Além de Estar – Helena Parente Cunha
 Essa Terra – Antonio Torres
 O Desterro dos Mortos – Aleilton Fonseca
 O Largo da Palma – Adonias Filho
 Tenda dos Milagres – Jorge Amado
Unicentro (PR)
Universidade Estadual do Centro-Oeste
 A Rosa do Povo – Carlos Drumond de Andrade
 As Melhores Crônicas – Rachel de Queiroz
 Contos Novos – Mário de Andrade
 Dois Irmãos – Milton Hatoum
 Dom Casmurro – Machado de Assis
 Jangada de Pedra – José Saramago
 Melhores Poemas – Manuel Bandeira
 Muitas Vozes – Ferreira Gullar
 O Rei da Vela – Oswald de Andrade
 Tempo de Menino – Domingos Pelegrini

Unifap
Universidade Federal do Paraná
 O lenço dela – Álvares de Azevedo
 Tristeza do infinito – Cruz e Sousa
 Canção do exílio – Murilo Mendes
 Ode ao Burguês – Mário de Andrade
 Missa do Galo – Machado de Assis
 Civilização – Manuel Bandeira
 Hospital – Raquel de Queiroz
 Fábula eleitoral para criança – Paulo M. Campos
 Abilash – conto da Amazônia – Lulih Rojanski
 O meu Guru – Alcinéa Cavalcante
Unimontes

Universidade Estadual de Montes Claros
1ª etapa PAES 2012
 Crônicas – Carlos Drummond de Andrade
 A Carta do achamento do Brasil – Pero Vaz de Caminha
 Desmundo – Ana Miranda
 Filme Rio – Carlos Saldanha
2ª etapa PAES 2012
 A Escrava Isaura – Bernardo Guimarães
 As Vítimas-Algozes: quadros da escravidão – Joaquim Manoel de Macedo
 O Navio Negreiro e outros poemas – Castro Alves
 “Pai contra Mãe” (conto) – Machado de Assis
3ª etapa PAES 2012 e Vestibulares 2013
 A Hora da Estrela – Clarice Linspector
 Claro Enigma – Carlos Drummond de Andrade
 Nós e os outros – Marisa Lajolo
 A Alma Encantadora das Ruas – João do Rio
 Cartas para Mariana – Osmar Pereira Oliva

Unioeste
Universidade Estadual do Oeste do paraná
 Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo
 Menino de engenho – José Lins do Rego
 O filho eterno – Cristovão Tezza
UPE
Universidade de Pernambuco
1ª etapa SSA 2012
 Antologia – Gregório de Matos
 Auto da Barca do Inferno – Gil Vicente
 Cartas Chilenas – Tomás Antônio Gonzaga
 Cronistas do Descobrimento – Org. Antonio Carlo Olivieri e Marco Antonio Villa
 Terra Papagalli – José Roberto Terero e Marcus Aurelius Pimenta
Filmes: Carlota Joaquina, Princesa do Brasil; O Nome da Rosa; Caramuru - A Invenção do Brasil e Narradores de Javé.
2ª etapa SSA 2012
 Antologia de poesia brasileira: romantismo – Castro Alves
  Senhora – José de Alencar
  Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
 O cortiço – Aluísio de Azevedo
  Memórias de um Sargento de Milícias – Manoel Antonio de Almeida
Filmes: Memórias Póstumas; Sociedade dos Poetas Mortos; Guerra de Canudos e Meia-Noite em Paris.

3ª etapa SSA 2012
 A História de Bernarda Soledade – Raimundo Carrero
 A Hora da Estrela – Clarice Lispector
 Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto
 Vidas Secas – Graciliano Ramos
 Primeiras Estórias – João Guimarães Rosa
 A Farsa da Boa Preguiça – Ariano Suassuna
Filmes: Baile Perfumado; Diários de Motocicleta; A Hora Da Estrela e O Auto da Compadecida.

Vestibular 2013
 A Farsa da Boa Preguiça – Ariano Suassuna
 Antologia – Gregório de Matos
 Antologia de poesia brasileira: romantismo – Castro Alves
 Cartas Chilenas – Tomás Antônio Gonzaga
 Dom Casmurro – Machado de Assis
 Laços de Família – Clarice Lispector
 Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto
 Primeiras Estórias – João Guimarães Rosa
 Senhora – José de Alencar
 Vidas Secas – Graciliano Ramos

Filmes: Carlota Joaquina, Princesa do Brasil; O Nome da Rosa; Caramuru - A Invenção do Brasil; Narradores de Javé; Memórias Póstumas; Sociedade dos Poetas Mortos; Guerra de Canudos; Meia-Noite em Paris; Baile Perfumado; Diários de Motocicleta; A Hora Da Estrela e O Auto da Compadecida.

Postado por: 
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP 
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Presidente Venceslau-SP


Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR