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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Alphonsus Guimaraens

                            
Cidade de Mariana – o refúgio do autor Alphonsus de Guimaraens


Afonso Henriques da Costa Guimarães nasceu em 24 de julho de 1870, em Ouro Preto, Minas Gerais. 
Cursa a Escola de Minas de Ouro Preto quando perde sua noiva Constança, em 28 de dezembro de 1888, filha do romancista Bernardo Guimarães, o escritor de Escrava Isaura. 
Pouco tempo depois, transfere-se para São Paulo, onde cursa a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na qual se forma em 1894. Logo após formar, o autor exerce sua profissão no cargo de promotor em Minas Gerais. Durante esse período já havia colaborado para os jornais Diário Mercantil, Comércio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S. Paulo e A Gazeta. 

Casa-se com Zenaide de Oliveira em 1897 e em 1906 passa a ser juiz da cidade de Mariana, ainda em Minas, lugar de onde não saiu mais e criou 14 filhos! 

Alphonsus Guimaraens é considerado o autor místico do Simbolismo, pela evidência de um triângulo em sua obra: misticismo, amor e morte. 

Seu primeiro livro publicado em 1899 é em forma de poemas, chamado Dona Mística. Neste mesmo ano, também foi a publicação de Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara ardente. Um tempo depois, em 1902, escreve e publica Kyriale sob o pseudônimo consagrado de Alphonsus Guimaraens. 

A vida do autor norteia sua obra através dos marcos da morte da noiva e da devoção à Maria, envoltos em um clima de misticismo exacerbado, no qual a morte é vista como o meio de aproximação do amor (Constança) e de Maria (figura religiosa). 

O autor morreu em 15 de julho do ano de 1921, conhecido como “O solitário de Mariana”, por ter vivido isolado dos acontecimentos. 

Veja um trecho do famoso poema “Ismália”, personagem de fim trágico: 

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

Obras: Poesia: Setenário das dores de Nossa Senhora (1899); Câmara ardente (1889); Dona Mística (1889); Kyriale (1902). 
Prosa: Mendigos (1920)


Postado Por 
Vera Lucia Costalonga Lopes 
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev  de Presidente Venceslau-SP
Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR

                                                      


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