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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Biografia de Mario Lago




Frase de Mario Lago

 Sou como Edith Piaf, Je ne regrette rien" (não lamento nada).
Fiz o que quis e fiz com paixão. Se a paixão estava errada, paciência.
Não tenho frustrações, porque vivi como em um espetáculo.
Não fiquei vendo a vida passar, sempre acompanhei o desfile
."

Mário Lago (1911-2002) foi um compositor carioca, letrista, ator, poeta, radialista e advogado formado, Mário Lago é filho de um maestro, Antônio Lago, mas desde cedo dedicou-se às letras.
Começou pela poesia, e teve seu primeiro poema publicado aos 15 anos. Depois de graduar-se em Direito, envolveu-se com o teatro de revista, escrevendo, compondo e atuando. Sua estréia como letrista de música popular foi com "Menina, Eu Sei de uma Coisa", parceria com Custódio Mesquita, gravada em 1935 por Mário Reis. Três anos depois, Orlando Silva realizou a famosa gravação do fox "Nada Além", da mesma dupla de autores. Entre suas músicas mais célebres estão "Ai que Saudade da Amélia", "Atire a Primeira Pedra", ambas com Ataulfo Alves, "É Tão Gostoso, Seu Moço", com Chocolate, que ficou conhecida na voz de Nora Ney, "Número Um" (com Benedito Lacerda), o samba "Fracasso" e a marcha carnavalesca "Aurora", em parceria com Roberto Roberti, famosa na interpretação de Carmen Miranda. "Amélia", com seus versos "Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade", ficou tão popular que o termo se tornou sinônimo de mulher submissa, dedicada aos trabalhos domésticos, que não reclama.
Mário Lago ficou conhecido do grande público graças a seu trabalho como ator. Desde a época das novelas de rádio até a televisão atual, em que atua freqüentemente, participou de novelas como "Casarão", "Pecado Capital" e "Brilhante", entre muitas outras. Também atuou em peças de teatro e filmes, como "Terra em Transe", de Glauber Rocha. É autor dos livros "Na Rolança do Tempo" (1976), "Bagaço de Beira-Estrada" (1977) e "Meia Porção de Sarapatel" (1986). Foi biografado por Mônica Velloso em 1998 no livro "Mário Lago: boêmia e política", lançado pela Editora FGV. Artigo adicional Artista verdadeiramente completo, um intelectual de primeira, um homem de verdade.
O corpo do ator, compositor e escritor foi sepultado no final da tarde do dia 31/05/2002, no Rio de Janeiro. Filho único do maestro Antônio Lago, formou-se em Direito, mas só exerceu a advocacia por seis meses. Militante histórico do antigo Partido Comunista Brasileiro, amigo de Luiz Carlos Prestes e Oscar Niemeyer, foi preso seis vezes. Desde o começo de 2002 Mario Lago lutava contra graves de saúde, principalmente um enfizema crônico que sacrificava muito sua respiração e que já tinha sido responsável por sua internação em estado grave - em janeiro, vítima de uma pneumonia bacteriana.
Era um artista completo, que atuava em diversos setores, no teatro, no cinema, na literatura, na música e na televisão. Desde 1966, trabalhava na TV Globo, onde fez diversas novelas de sucesso, como Dancing Days e Pecado Capital, entre outras. Mais recentemente, para trabalhar em O Clone, tinha de aspirar oxigênio no intervalo das gravações. Em 1933, aos 22 anos, Mario estreara no teatro, onde fez carreira como ator, compositor e autor. A importância do jovem Mario, intelectual e politizado, no ambiente do incipiente teatro brasileiro de revista pode ser medida pelo episódio em que o parceiro (na marcha Aurora, entre outras) Roberto Martins o procurou, à saída do teatro, para lhe pedir um favor.
Mario já estava acostumado a ser procurado pelo amigo quando Martins tinha algum pedaço de música à espera de uma tirada poética ou complemento melódico. Desta vez, porém, a conversa era outra. "Não trago música nenhuma, Mario. É que tem um cantor aí precisando trabalhar e eu queria pedir para você ajudá-lo, que ele é muito bom...", argumentou Martins. Assim começava a carreira de Carlos Galhardo, um dos mais populares cantores da era do rádio, pelas mãos de Mário, que já fazia sucesso com Nada Além (com Custódio Mesquita), gravado por Orlando Silva, e deu a Galhardo a oportunidade de gravar Será e Devolve. Nos anos 40, suas parcerias com Ataulfo Alves o levaram ao auge do sucesso como compositor. Entre outras, a dupla assinou as imortais Atire a Primeira Pedra e Ai, que Saudades da Amélia, música que ajudou a mitificar a mulher submissa. ´
Autor de mais de 200 canções, Mário era destacado ativista político de esquerda. Questões ideológicas sempre despertaram o interesse e o ímpeto do compositor, que conhecia os caminhos da clandestinidade tanto quanto os da coxia. Sofreu muitas prisões e perseguições do Estado Novo e, em 1964, foi preso pela ditadura militar. Quando perguntado sobre qual das censuras era mais implacável, Mario livrava a barra de Getúlio: "A dos militares ainda foi pior, porque no tempo de Getúlio era por boletim escrito, dizendo "está proibido isto ou aquilo". Em 64, era por telefone", comparava. Quando o Departmento de Imprensa e Propaganda (DIP) o imprensava contra a parede, na era Vargas, usava contra a cegueira dos censores sua arma infalível: a inteligência. Um exemplo é o episódio ocorrido com a música Rua Sem Sol, como o artista contou numa entrevista a Fernando Brant e Abel Silva, para o site da União Brasileira dos Compositores, que o próprio Mario ajudou a fundar: "Eu estava cantando na rádio Tupi em 1964 e o censor perguntou: "Mário, que negócio é esse de "mas no alto da rua sem sol há uma luz sempre acesa?" Eu disse: "Você já passou, por acaso, num jardim que tem uma ladeira? Reparou que, no alto da ladeira, tem sempre uma lâmpada?" Ele disse que já. "Pois é aquela lâmpada". Toda censura é muito burra". Pouco depois, acabou preso e ficou dois anos sem trabalhar. Quando voltou, estava sem dinheiro e sua família passava dificuldades. Ajudado por Dercy Gonçalves, saiu da rádio direto para a TV Rio. E a vida, aos poucos, normalizou-se. No final dos anos 60, foi para a TV Globo, onde ficou mais de 30 anos. Comunista assumido, dizia contar com a tolerância de Roberto Marinho.
Um de seus papéis mais marcantes aconteceu na novela O Casarão, quando interpretava o velho Atílio, e contracenava com Yara Côrtes e Paulo Gracindo. Sobre o tempo, Mario dizia: "Discordo quando as pessoas falam "no meu tempo...". Meu tempo é hoje. Fiz um acordo com o tempo: nem ele me persegue e nem eu fujo dele. Um dia a gente se encontra".
Composições
A mulher que eu tanto adoro (c/ Georges Moran)
Adeus orgia (c/ Roberto Martins)
Ai, que saudades da Amélia (c/ Ataulfo Alves)
Ana Maria • Atire a primeira pedra (c/ Ataúlfo Alves)
Aurora (c/ Roberto Roberti)
Baladinha lítero-cultural-amorosa (c/ Lúcio Alves)
Bate, bate coração (c/ Roberto Martins)
Batuque no terreiro (c/ Roberto Martins)
Bobagem gostosa (c/ Chocolate)
Calcule eu (c/ Francisco Santos)
Capacho (c/ Ataulfo Alves)
Chega de tanto amor • Coitado dele (c/ Chocolate)
Como é que ficou o céu? (c/ Newton Teixeira)
Como o tempo judiou (c/ Roberto Martins)
Covarde (c/ Dunga)
Covardia (c/ Ataulfo Alves)
Cuidado com o andor (c/ Marino Pinto)
A culpa é sua (c/ Sílvio Caldas)
Dá-me tuas mãos (c/ Roberto Martins)
Deixa a saudade bater (c/ Chocolate)
Deixa assim (c/ Roberto Martins)
Destino traçado (c/ Erasmo Silva)
Devolve • Diz que sim, diz que não (c/ Roberto Martins)
E ela não voltou (c/ Erasmo Silva)
É melhor não voltar (c/ Newton Teixeira)
É noite (c/ Custódio Mesquita)
É tão gostoso, seu moço (c/ Chocolate)
Ela mandou me avisar (c/ Rubens Soares)
Endereço (c/ Ataulfo Alves)
Enquanto houver saudade (c/ Custódio Mesquita)
Eu quero ver é a pé (c/ Roberto Roberti)
Eu não posso dizer • Eu não quero saber • Eu não sou pano de prato (c/ Roberto Roberti)
Eu sou feio e moro longe • Eu te agradeço (c/ Benedito Lacerda)
Faça de conta (c/ Custódio Mesquita)
Ficarás • Fim de romance (c/ Nássara)
Fracasso • Gilda (c/ Erasmo Silva)
O homem mais feliz • Incerteza • Leva meu coração (c/ Roberto Martins)
Mais um minuto apenas (c/ Newton Teixeira)
Menina, eu sei de uma coisa (c/ Custódio Mesquita)
Mentirosa (c/ Custódio Mesquita)
Meu amor foi embora (c/ Erasmo Silva)
Meu consolo (c/ Roberto Martins)
Minha revelação (c/ Roberto Martins)
Morena, morena • Na mão direita (c/ Nássara)
Nada além (c/ Custódio Mesquita)
Não é bom pra você (c/ Chocolate)
Não me olhe assim (c/ Erasmo Silva)
Não precisas bater (c/ Oldemar Magalhães)
Não quero chorar (c/ Roberto Martins)
Não te conheço mais (c/ Newton Teixeira)
Não tenhas pressa morena (c/ Antônio Lago)
Numa noite assim (c/ Alberto Ribeiro)
Número um (c/ Benedito Lacerda)
Os olhos de Nancy • Passa passa moreninha (c/ Roberto Martins)
Pensa um minuto em mim (c/ Frazão)
Penúmbra, penúmbra • Perdão não é níquel de tostão • Podia ser melhor (c/ Custódio Mesquita)
Poleiro de pato (c/ Rubens Soares)
Por que me olhas assim? (c/ Roberto Martins)
Pra que mais felicidade? (c/ Ataulfo Alves)
Primeiro prêmio • Problema seu (c/ Chocolate)
Qual a razão? (c/ Antônio Almeida)
O que é que me acontecia (c/ Benedito Lacerda)
Que mulher infernal • Que tem você que se meter? (c/ Roberto Martins)
Quero o meu pandeiro (c/ Ataulfo Alves)
Questão de vez (c/ Nássara)
Rosinha bonita (c/ Chocolate)
Rua sem sol (c/ Henrique Gandelman)
Sacoleja morena (c/ Erasmo Silva)
Sacrifício não se pede (c/ Chocolate)
Sambista da Cinelândia (c/ Custódio Mesquita)
Se a vida fosse sempre assim (c/ Newton Teixeira)
Se essa rua fosse minha (c/ Roberto Martins)
Se o negócio é sofrer (c/ Chocolate)
Seja feliz… (c/ Custódio Mesquita)
Sem rancor (c/ Roberto Faissal)
Será? • Só errando o português (c/ Lúcio Alves)
Tabuleiro da Ilusão (c/ Roberto Martins)
Talvez digam que é vaidade (c/ Nássara)
Tão bonitinha (c/ Lúcio Alves)
Tira a boca do caminho (c/ Chocolate)
Três sorrisos (c/ Chocolate)
Um gesto… Uma frase (c/ Roberto Martins)
Uma canção dentro da noite • Valquíria (c/ Erasmo Silva)
Vamos falar de saudade (c/ Chocolate)
Vem pra cá que tem mulher (c/ Roberto Roberti)
Vida vazia (c/ Chocolate)
Você pensa (c/ Almirante)
Você sabe me maltratar (c/ Erasmo Silva)

Teledramaturgia
* 2001 O Clone – Dr. Molina (participação especial)
* 1992/1999 Você Decide (12 episódios)
* 1999 Força de um Desejo – Teodoro
* 1998 Pecado Capital – Amatto
* 1998 Torre de Babel – Padre (participação especial)
* 1998 Hilda Furacão – Olavo
* 1995 Engraçadinha, seus amores e seus pecados – Osmar
* 1994 Quatro por Quatro – Henrique Pessoa
* 1993 Agosto – Aniceto
* 1992 De Corpo e Alma – Veiga
* 1992 Despedida de Solteiro – Padre (participação especial)
* 1990 Barriga de Aluguel – Dr. Molina
* 1989 O Salvador da Pátria – Quinzote
* 1988 O pagador de promessas – Dom Germano
* 1986 Cambalacho- Antero Souza e Silva
* 1986 Roda de Fogo – Antônio Villar
* 1985 Grande Sertão: Veredas – Compadre Quelemem
* 1985 Tenda dos Milagres – Judge João Reis
* 1985 Um Sonho a Mais
* 1985 O tempo e o vento – Padre Lara
* 1984 Partido Alto
* 1984 Padre Cícero – Núncio Apostólico
* 1983 Louco Amor – Agenor
* 1982 Elas por Elas – Miguel
* 1981 Brilhante – Vítor Newman
* 1981 Baila Comigo – (participação especial)
* 1980 Plumas & Paetês – Cristiano
* 1979 Os Gigantes – Antônio
* 1979 Dancin’ Days – Alberico Santos
* 1977 Nina – Galba
* 1976 O Casarão – Atílio Souza
* 1975 Pecado Capital – Perez
* 1975 Escalada – Chico Dias
* 1974 O Espigão – Gabriel Martins
* 1973 Cavalo de Aço – Inácio
* 1972 Selva de Pedra – Sebastião
* 1971 Minha doce namorada – César
* 1971 Assim na Terra Como no Céu – Oliveira Ramos
* 1970 Verão Vermelho – Bruno
* 1969 A Ponte dos Suspiros – Foscari
* 1969 Rosa Rebelde – Barão de La Torre
* 1968 Passo dos Ventos – Dubois
* 1968 O homem proibido – Ali Abbor
* 1967 Presídio de Mulheres – Pierre (TV Tupi)
* 1967 A sombra de Rebeca – Tamura
* 1966 O Sheik de Agadir – Otto Von Lucker


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