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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Vidas Secas, de Graciliano Ramos


Hoje vamos falar de Vidas Secas. A obra literária de Graciliano Ramos está na lista dos livros obrigatórios do vestibular da Fuvest e Unicamp 2013



Vidas Secas, de Graciliano Ramos, retrata as condições de miséria e as dificuldades

Vidas Secas, de Graciliano Ramos, retrata as condições de miséria e as dificuldades enfrentadas por Fabiano e sua família durante o período da seca, em uma representação fiel da grande maioria dos camponeses e nordestinos do Brasil.

Escrita em 1938, Vidas Secas narra a história de uma típica família de nordestinos, sobreviventes das secas. Ambientada no semi-árido do nordeste brasileiro, o livro conta apenas um dos ciclos de peregrinação da obra dividido em 13 capítulos, iniciando com a “Mudança” e terminado com a “Fuga” – o que deixa no leitor a sensação de que as mesmas dificuldades enfrentadas durante o livro ainda se repetirão diversas vezes em sua jornada.

O enredo de Vidas Secas

Fabiano e sua família, moradores do sertão nordestino, fogem da seca em busca de uma vida melhor.

Os personagens de Vidas Secas

Fabiano:
 nordestino, pai de família e pobre. É um homem de poucas palavras e sem nenhuma instrução. Tenta fazer o melhor por sua família, mas volta e meia se compara aos bichos com os quais convive.
Sinhá Vitória: mulher de Fabiano, mulher trabalhadora que só quer ter a oportunidade de dar uma vida melhor aos filhos. Ama e acompanha o marido por onde quer que ele vá.
Filho mais velho: é uma criança sofrida, que acompanha os pais em suas andanças. A única amiga que possui é a cachorra baleia, e seu vocabulário é tão curto quanto o do um papagaio da família, mas ainda assim é um garoto curioso.
Filho mais novo: tem em seu pai um ídolo, deseja ser como ele e realizar grandes feitos.
Baleia: a cachorra companheira de todas as horas, em muitos momentos, comparada a um ser humano, é sacrificada por Fabiano, por acreditar que ela esteja infectada com raiva.

Síntese de Vidas Secas
Para fugir da seca, Fabiano e a família partem rumo ao sul, acompanhados por Baleia e pelo papagaio, que é sacrificado para virar refeição. Após muito tempo de caminhada, encontram uma fazenda abandonada onde decidem se instalar.

Neste ponto, Fabiano começa a sonhar com uma vida melhor, ser um fazendeiro, dar uma vida melhor aos seus filhos, eis que chega o dono das terras exigindo o que é seu por direito, e oferece a Fabiano um emprego de caseiro na fazenda, que faz com que ele se sinta um bicho novamente.

O período em que passam por lá é bom e começa um período de auto-descoberta para Fabiano. No entanto, com a chegada de uma nova estação de secas, a família decide que aquele lugar não mais será o seu lar, e partem em nova peregrinação.

Desenvolvimento da obra Vidas Secas
Durante sua peregrinação, Fabiano finalmente se dá conta de como o mundo é injusto e de que as pessoas de classes sociais diferentes podem machucá-lo, humilhá-lo e roubá-lo porque assim o querem. Sua pobreza e falta de instrução faz com que a distância que separa a ele e sua família das outras pessoas aumente cada dia mais, tornando-os cada vez mais “bichos” e menos “gente”. Ao final, quando ele decide mais uma vez se mudar e fugir da seca, começa a sonhar novamente com uma vida melhor para a esposa e para os filhos.

Problemática da obra Vidas Secas
Demonstrar a pobreza excessiva, a miséria e as dificuldades pelas quais passam os sertanejos nordestinos.

Clímax da obra Vidas Secas
Sem dúvida, o clímax está no capítulo 10, no qual Fabiano se descobre enganado e roubado por seu patrão. Após todas as humilhações sofridas por ele e sua família, ainda percebe como foi enganado por alguém que julgou confiar. Quem percebe o “erro” na contas é Sinhá Vitória, e este momento é tão decisivo quanto a seca que se aproxima para que decidam abandonar tudo outra vez e começar uma nova peregrinação.

Desfecho da obra Vidas Secas
O livro termina com o começo de uma nova peregrinação, em busca de novos sonhos, novas terras e novas oportunidades. Um retrato triste, porém fiel da vida dos retirantes, sempre errantes, sempre fugindo das secas.

A linguagem de Vidas Secas
A linguagem é marcada por frases curtas, palavras simples, que remetem à secura do sertão. Tal qual a terra e o cenário, duro e sem vida, são os diálogos, quase inexistentes entre os personagens.

O espaço/tempo em Vidas Secas
A obra é ambientada no Sertão Nordestino, e o tempo utilizado em sua contextualização é mais psicológico do que cronológico, não havendo referências ao ano exato no qual se encontra.

Narrador e foco narrativo de Vidas Secas
Graciliano Ramos utilizou o recurso narrativo em terceira pessoa intercalando-o com o discurso indireto livre, na qual falas das personagens se misturam com as do narrador.

Contexto histórico de Vidas Secas
O livro Vidas Secas foi escrito em 1938, menos de dez anos após a Crise de 1929, em uma época em que os efeitos ainda podiam ser notados. Levando a população a temer seus efeitos em longo prazo. Neste sentido, o autor buscava denunciar as condições de miséria na qual se encontrava a grande maioria dos nordestinos.

Escola literária de Vidas Secas
Neorealismo

Sobre o autor de Vidas Secas

Graciliano Ramos nasceu em 1982, na cidade de Quebrangulo, Alagoas. Foi um importante romancista, jornalista, político e cronista do século 20 merecendo destaque por obras que denunciavam a situação de miséria vivida por grande parte dos nordestinos. Entre os livros mais conhecidos estão Caetés, Memórias do Cárcere e Viventes de Alagoas. Morreu em 1953, na cidade do Rio de Janeiro.

Outras fontes
Vidas Secas (filme), 1963, Brasil. Com direção de Nelson Pereira dos Santos.

Profª Vera Melo

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