2
O brasileiro tem noção clara dos comportamentos
éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da
corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos
padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria
mais com a Escandinávia do que com o Bruzundanga
(corrompida nação fictícia de Lima Barreto).
FRAGA, P. Ninguém é inocente. Folha de S. Paulo, 4 out.
2009 (adaptado).
O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente
o que é moral constituiu uma ambiguidade inerente ao humano,
porque as normas morais são
a) decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas.
b) parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de
obrigação.
c) amplas e vão além da capacidade de o indivíduo conseguir
cumpri-las integralmente.
d) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual
deve se submeter.
e) cumpridas por aqueles que se dedicavam inteiramente a
observar as normais jurídicas.
Resolução
O texto publicado na Folha de S. Paulo intitula-se
“Ninguém é inocente” e se refere à ambiguidade
inerente à moralidade, indicando o evidente
distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” a
norma moral. O princípio ético – a norma moral –
resulta da idealização do comportamento, ou seja, ele
postula o comportamento ideal, aquele que corres -
ponde ao que deveria ser. Ocorre que, não sendo lei –
aí está a ambiguidade –, o seu cumprimento não é
obrigatório, como corretamente se afirma na alter -
nativa b. A alternativa d também poderia ser dada
como correta, pois as normas morais são efetivamente
criadas pelos homens e as leis são materializações de
normas e valores éticos aceitos pelo consenso, mas tais
considerações não se encontram no texto nem decor -
rem necessariamente dele.
3
No mundo árabe, países governados há décadas por
regimes políticos centralizadores contabilizam metade da
população com menos de 30 anos; desses, 56%, têm
acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro
e diante da estagnação da economia, esses jovens
incubam vírus sedentos por modernidade e democracia.
Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos,
vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em
protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de
manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia,
o vírus libertário começa a se espalhar pelos países
vizinhos, derrubando em se guida o presidente do Egito,
Hosni Mubarak. Sites e redes sociais – como o Facebook
e o Twitter – ajudaram a mobilizar manifestantes do norte
da África a ilhas do Golfo Pérsico.
SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da
Liberdade. Istoé Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).
Considerando os movimentos políticos mencionados no
texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes
a) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes.
b) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.
c) manter o distanciamento necessário à sua segurança.
d) disseminar vírus capazes de destruir programas dos
computadores.
e) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a
população.
Resolução
O acesso às redes imateriais possibilitou a rápida
circulação de informações e isso implicou a disse -
minação de ideias que contribuíram para a arti -
culação de movimentos contra regimes auto ritários,
que, de um modo geral, não tiveram como controlar
ou reprimir essas ações.
5
O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente
receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já que era
praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de
monta, nem outros investimentos fixos vindos do
passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova,
totalmente a serviço de uma economia moderna.
Santos, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo.
EdUSP. 2005 (adaptado).
O texto trata da ocupação de uma parcela do território
brasileiro. O processo econômico diretamente associado
a essa ocupação foi o avanço da(o)
a) industrialização voltada para o setor de base.
b) economia da borracha no sul da Amazônia.
c) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado.
d) exploração mineral na Chapada dos Guimarães.
e) extrativismo na região pantaneira.
Resolução
A expansão das fronteiras agrícolas brasileiras se deu
em direção à Região Centro-Oeste, que passou a
contar com melhor acesso a partir da criação de
Brasília, incrementado pelo acesso rodoviário à
região. Ao mesmo tempo em que destruía o Cerrado
(já dizimado em cerca de 50% de sua área original), a
expansão da agricultura se fazia com elevado grau de
mecanização, bloqueando a possibilidade da utilização
de mão de obra. Assim, grande parte dos fluxos
migratórios que se dirigiam para a região acabou por
concentrar-se nas cidades, intensificando a urba -
nização.
6
A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não
vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda essa
taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros
quadrados ao ano, na última década do século XX, para
que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de
que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado.
AB SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis.
São Paulo. EdUSP, 1996.
Um processo econômico que tem contribuído na atuali -
dade para acelerar o problema ambiental descrito é:
a) Expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos
à chegada de novas empresas mineradoras.
b) Difusão do cultivo da soja com a implantação de
monoculturas mecanizadas.
c) Construção da rodovia Transamazônica, com o
objetivo de interligar a região Norte ao restante do país.
d) Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras
para os chamados povos da floresta.
e) Ampliação do polo industrial da Zona Franca de
Manaus, visando atrair empresas nacionais e estran -
geiras.
Resolução
Principalmente nas porções periféricas do Domínio
Amazônico, sobretudo nas áreas de transição para o
Domínio dos Cerrados, a expansão da agropecuária
comercial – soja e gado bovino – é a responsável pela
destruição da cobertura vegetal. Importante é des -
tacar que essa destruição não se deve à exaustão dos
recursos locais, mas é devida à queima da cobertura
vegetal do ambiente natural para a implantação de
pastagens ou de culturas que empregam relativa mente
pouca mão de obra e oneram demasiadamente o meio
ambiente, reduzindo a biodiversidade.
8
O fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais
marcante da modificação das condições iniciais do clima
pelo processo de urbanização, caracterizado pela modi -
ficação do solo e pelo calor antropogênico, o qual inclui
todas as atividades humanas inerentes à sua vida na
cidade.
BARBOSA. R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica em
ambientes urbanos. estudo em microclimas em Maceió. São
Paulo. EdUSP. 2005.
O texto exemplifica uma importante alteração
socioambiental, comum aos centros urbanos. A
maximização desse fenômeno ocorre
a) pela reconstrução dos leitos originais dos cursos
d’água antes canalizados.
b) pela recomposição de áreas verdes nas áreas centrais
dos centros urbanos.
c) pelo uso de materais com alta capacidade de reflexão
no topo dos edifícios.
d) pelo processo de impermeabilização do solo nas áreas
centrais das cidades.
e) pela construção de vias expressas e gerenciamento de
tráfego terrestre.
Resolução
A ilha de calor ocorre quando as áreas centrais das
cidades assistem a uma elevação das temperaturas em
função da ausência de áreas verdes, da reflexão do
calor nas paredes das edificações (que retêm o calor)
e da impermeabilização do solo, na qual elementos
como cimento e demais coberturas refletem o calor
para a atmosfera.
9
Como os combustíveis energéticos, as tecnologias da
informação são, hoje em dia, indispensáveis em todos os
setores econômicos. Através delas, um maior número de
produtores é capaz de inovar e a obsolescência de bens e
serviços se acelera. Longe de estender a vida útil dos
equipamentos e a sua capacidade de reparação, o ciclo de
vida desses produtos diminui, resultando em maior
necessidade de matéria-prima para a fabricação de novos.
GROSSARD. C. Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 3,
n.
o
36. 2010 (adaptado)
A postura consumista de nossa sociedade indica a
crescente produção de lixo, principalmente nas áreas
urbanas, o que, associado a modos incorretos de
deposição,
a) provoca a contaminação do solo e do lençol freático,
ocasionando assim graves problemas socioambientais,
que se adensarão com a continuidade da cultura do
consumo desenfreado.
b) produz efeitos perversos nos ecossistemas, que são
sanados por cadeias de organismos decompositores
que assumem o papel de eliminadores dos resíduos
depositados em lixões.
c) multiplica o número de lixões a céu aberto,
considerados atualmente a ferramenta capaz de
resolver de forma simplificada e barata o problema de
deposição de resíduos nas grandes cidades.
d) estimula o empreendedorismo social, visto que um
grande número de pessoas, os catadores, têm livre
acesso aos lixões, sendo assim incluídos na cadeia
produtiva dos resíduos tecnológicos.
e) possibilita a ampliação da quantidade de rejeitos que
podem ser destinados a associações e cooperativas de
catadores de materiais recicláveis, financiados por
instituições da sociedade civil ou pelo poder público.
Resolução
Há uma relação direta entre o padrão de consumo e a
geração de lixo; este, como subproduto das relações
de mercado, avoluma-se, cada vez mais, nos grandes
centros urbanos. A ampliação de lixões (depósitos de
lixo a céu aberto) inutiliza o solo, consolida uma área
de disseminação de gases-estufa (e outros gases tó -
xicos) e de proliferação de vetores de doenças, além de
gerar poluição dos recursos hídricos atingidos pelo
chorume.
10
O professor Paulo Saldiva pedala 6 quilômetros em 22
minutos de casa para o trabalho, todos os dias. Nunca foi
atingido por um carro. Mesmo assim, é vítima diária do
trânsito de São Paulo: a cada minuto sobre a bicicleta,
seus pulmões são envenenados com 3,3 microgramas de
poluição particulada – poeira, fumaça, fuligem, partículas
de metal em suspensão, sulfatos, nitratos, carbono, com -
postos orgânicos e outras substâncias nocivas.
Escobar, H. Sem Ar. O Estado de São Paulo. Ago. 2008.
A população de uma metrópole brasileira que vive nas
mesmas condições socioambientais das do professor
citado no texto apresentará uma tendência de
a) ampliação da taxa de fecundidade.
b) diminuição da expectativa de vida.
c) elevação do crescimento vegetativo.
d) aumento na participação relativa de idosos.
e) redução na proporção de jovens na sociedade.
Resolução
A qualidade de vida nas áreas urbanas tende a
diminuir por causa do aumento da poluição. Mesmo
com a adoção de hábitos saudáveis, a redução das
áreas verdes, as dificuldades de circulação decorrentes
da verticalização etc. não compensam o aumento das
emissões, decorrentes do aumento da frota de veículos
automotores.
11
Sobradinho
O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que
dizia que o Sertão ia alagar
SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta.
Som Livre, 1977 (adaptado).
O trecho da música faz referência a uma importante obra
na região do rio São Francisco. Uma consequência
socioes pacial dessa construção foi
a) a migração forçada da população ribeirinha.
b) o rebaixamento do nível do lençol freático local.
c) a preservação da memória histórica da região.
d) a ampliação das áreas de clima árido.
e) a redução das área de agricultura irrigada.
Resolução
A formação do lago de Sobradinho alagou uma porção
considerável da área do Sertão nordestino e obrigou
parcela da população a emigrar. Parte foi assentada
às margens deste novo lago, enquanto outros
deslocaram-se para as cidades.
12
Uma empresa norte-americana de bioenergia está
expandindo suas operações para o Brasil para explorar o
mercado de pinhão manso. Com sede na Califórnia, a
empresa desenvolveu sementes híbridas de pinhão manso,
oleaginosa utilizada hoje na produção de biodíesel e de
querosene de aviação.
Magossi. E. O Estado de São Paulo.
19 maio 2011 (adaptado)
A partir do texto, a melhoria agronômica das sementes de
pinhão manso abre para o Brasil a oportunidade
econômica de
a) ampiar as regiões produtoras pela adaptação do cultivo
a diferentes condições climáticas.
b) beneficiar os pequenos produtores camponeses de óleo
pela venda direta ao varejo.
c) abandonar a energia automotiva derivada do petróleo
em favor de fontes alternativas.
d) baratear cultivos alimentares substituídos pelas cul -
turas energéticas de valor econômico superior.
e) reduzir o impacto ambiental pela não emissão de gases
do efeito estufa para a atmosfera.
Resolução
A adaptação do pinhão manso a diversos tipos de
clima é um exemplo da atuação da bioengenharia no
aumento da capacidade produtiva. A adaptação do
pinhão abrirá novas perspectivas para a produção
econômica do Brasil, com possibilidades de inves -
timento no setor de biocombustíveis. Tal processo já
ocorre com outras espécies vegetais, como a soja e o
café.
13
Um dos principais objetivos de se dar continuidade às
pesquisas em erosão dos solos é o de procurar resolver os
problemas oriundos desse processo, que, em última
análise, geram uma série de impactos ambientais. Além
disso, para a adoção de técnicas de conservação dos solos,
é preciso conhecer como a água executa seu trabalho de
remoção, transporte e deposição de sedimentos. A erosão
causa, quase sempre, uma série de problemas ambientais,
em nível local ou até mesmo em grandes áreas.
GUERRA. A. J. T. Processos erosivos nas encostas.
In: Guerra. A J. T. Cunha, S. B. Geomorfologia: uma
atualização de bases e conceitos.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2007 (adaptado).
A preservação do solo, principalmente em áreas de en -
costas, pode ser uma solução para evitar catástrofes em
função da intensidade de fluxo hídrico. A prática humana
que segue no caminho contrário a essa solução é
a) a aração.
b) o terraceamento.
c) o pousio.
d) a drenagem.
e) o desmatamento.
Resolução
Com o desmatamento, a atividade humana desprotege
o solo, já que as formações vegetais retêm a água nas
copas, e as raízes, além da retenção da água, agregam
o solo, mantendo-o coeso. O desmata mento, feito
principalmente junto a encostas, expõe as áreas mais
frágeis, intensificando a erosão.
14
Em 1872, Robert Angus Smith criou o termo “chuva ácida”,
descrevendo precipitações ácidas em Manchester após a
Revolução Industrial. Trata-se do acúmulo demasiado de
dióxido de carbono e enxofre na atmosfera que, ao reagirem
com compostos dessa camada, formam gotículas de chuva
ácida e partículas de aerossóis. A chuva ácida não
necessariamente ocorre no local poluidor, pois tais poluentes,
ao serem lançados na atmosfera, são levados pelos ventos,
podendo provocar a reação em regiões distantes. A água de
forma pura apresenta pH 7, e, ao contatar agentes poluidores,
reage modificando seu pH para 5,6 e até menos que isso, o que
provoca reações, deixando consequências.
Disponível em: http://www.brasilescola.com.
Acesso em: 18 maio 2010 (adaptado).
O texto aponta para um fenômeno atmosférico causador
de graves problemas ao meio ambiente: a chuva ácida
(pluviosidade com pH baixo). Esse fenômeno tem como
consequência
a) a corrosão de metais, pinturas, monumentos históricos,
destruição da cobertura vegetal e acidificação dos
lagos.
b) a diminuição do aquecimento global, já que esse tipo
de chuva retira poluentes da atmosfera.
c) a destruição da fauna e da flora, e redução dos recursos
hídricos, com o assoreamento dos rios.
d) as enchentes, que atrapalham a vida do cidadão urbano,
corroendo, em curto prazo, automóveis e fios de cobre
da rede elétrica.
e) a degradação da terra nas regiões semiáridas, loca -
lizadas, em sua maioria, no Nordeste do nosso país.
Resolução
A acidez da chuva, ou das precipitações de um modo
geral, é natural; no entanto, as emissões, princi -
palmente as industriais e as de origem veicu lar, são
agravantes do fenômeno, aumentando sobremaneira a
acidez dessas precipitações.
16
Na década de 1990, os movimentos sociais camponeses e as
ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos.
Na sociedade brasileira, a ação dos movimentos sociais vem
construindo lentamente um conjunto de práticas democráticas
no interior das escolas, das comunidades, dos grupos
organizados e na interface da sociedade civil com o Estado. O
diálogo, o confronto e o conflito têm sido os motores no
processo de construção democrática.
SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil contem po -
râneo: participação e possibilidade das práticas democráticas.
Disponível em: http://www.ces.oe.pl. Acesso em: 30 abr 2010
(adaptado).
Segundo o texto, os movimentos sociais contribuem para
o processo de construção democrática, porque
a) determinam o papel do Estado nas transformações
socioeconômicas.
b) aumentam o clima de tensão social na sociedade civil.
c) pressionam o Estado para o atendimento das demandas
da sociedade.
d) privilegiam determinadas parcelas da sociedade em
detrimento das demais.
e) propiciam a adoção de valores éticos pelos órgãos do
Estado.
Resolução
As ONGs – Organizações Não Governamentais –
também conhecidas como Terceiro setor, agrupam
agentes sociais que não são integralmente repre -
sentados pelas instituições governamentais.
17
Art. 92. São excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais.
I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais não se
compreendam os casados, e Oficiais Militares, que forem
maiores de vinte e um anos, os Bacharéis Formados e
Clérigos de Ordens Sacras.
IV. Os Religiosos, e quaisquer que vivam em Comunidade
claustral.
V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por
bens de raiz, indústria, comércio ou empregos.
Constituição Política do Império do Brasil (1824)
Disponível em: http://legislacao.planalto.gov.br.
Acesso em: 27 abr. 2010 (adaptado)
A legislação espelha os conflitos políticos e sociais do
contexto histórico de sua formulação. A Constituição de
1824 regulamentou o direito de voto dos “cidadãos bra -
sileiros” com o objetivo de garantir
a) o fim da inspiração liberal sobre a estrutura política
brasileira.
b) a ampliação do direito de voto para maioria dos
brasileiros nascidos livres.
c) a concentração de poderes na região produtora de café,
o Sudeste brasileiro.
d) o controle do poder político nas mãos dos grandes
proprietários e comerciantes.
e) a diminuição da interferência da Igreja Católica nas
decisões político-administrativas.
Resolução
Embora a Constituição de 1824 tenha sido outorgada
por D. Pedro I, seu espírito não poderia contrariar a
realidade político-social do País. Isso explica, quando
de sua organização como Estado independente, as
disposições res tri tivas transcritas no enunciado,
visando assegurar o controle das classes dominantes
sobre a vida político-administrativa do Brasil Império.
18
Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência
médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a
ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos
esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano
político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí estão os
votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa
organização econômica rural.
LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto.
São Paulo: Alfa-Ômega, 1976 (adaptado)
O coronelismo, fenômeno político da Primeira República
(1889-1930), tinha como uma de suas principais carac -
terísticas o controle do voto, o que limitava, portanto, o
exercício da cidadania. Nesse período, esta prática estava
vinculada a uma estrutura social
a) igualitária, com um nível satisfatório de distribuição
da renda.
b) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
c) tradicional, com a manutenção da escravidão nos
engenhos como forma produtiva típica.
d) ditatorial, perturbada por um constante clima de
opressão mantido pelo exército e polícia.
e) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder
político local e regional.
Resolução
O coronelismo (ou “mandonismo”), embora ainda
tenha resquícios no Brasil de hoje, predominou na
Primeira República, quando o perfil das camadas
populares era essencialmente rural. Suas raízes
remontam ao latifúndio patriarcal da Época Colonial
e traduzem a submissão do campesinato da época ao
poder econô mico, social e político dos grandes
proprietários.
19
Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da
assalariação do trabalho e socialização da produção, que foi a
característica predominante da era industrial. A nova
organização social e econômica baseada nas tecnologias da
informação visa a adminis tração descentralizadora, trabalho
individualizante e mercados personalizados. As novas tecno -
logias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a des -
centralização das tarefas e sua coordenação em rede interativa
de comunicação em tempo real, seja entre continentes, seja
entre os andares do mesmo edifício.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra,
2006 (adaptado)
No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças
constantes nas ferramentas de comunicação que afetam
os processos produtivos nas empresas. Na esfera do
trabalho, tais mudanças têm provocado
a) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as
linhas de montagem sob influência dos modelos
orientais de gestão.
b) o aumento das formas de teletrabalho como solução de
larga escala para o problema do desemprego crônico.
c) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como
respostas às demandas por inovação e com vistas à
mobilidade dos investimentos.
d) a autonomização crescente das máquinas e computa -
dores em substituição ao trabalho dos especialistas
técnicos e gestores.
e) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes,
executivos e clientes com a garantia de harmonização
das relações de trabalho.
Resolução
O desenvolvimento das redes imateriais possibilitou a
separação entre a gerência e a produção. Com a maior
celeridade dos meios de comunicação, tornaram-se
mais eficazes as ações de controle da produção, mesmo
quando esta se dissemina no espaço.
21
É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da
República no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo,
no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo
bestializado”. Essa versão foi relida pelos enaltecedores da
Revolução de 1930, que não descuida ram da forma
republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e
o estrangeirismo da fórmula im plan tada em 1869, isto porque
o Brasil brasileiro teria nascido em 1930.
MELLO, M. T. C. A república consentida:
cultura democrátida e científica no final do Império.
Rio de Janeiro: FGV, 2007 (adaptado).
O texto defende que a consolidação de uma determinada
memória sobre a Proclamação da República no Brasil
teve, na Revolução de 1930, um de seus momentos mais
importantes. Os defensores da Revolução de 1930 procu -
raram construir uma visão negativa para os eventos de
1889, porque esta era uma maneira de
a) valorizar as propostas políticas democráticas e liberais
vitoriosas.
b) resgatar simbolicamente as figuras políticas ligadas à
Monarquia.
c) criticar a política educacional adotada durante a
República Velha.
d) legitimar a ordem política inaugurada com a chegada
desse grupo ao poder.
e) destacar a ampla participação popular obtida no
processo da Proclamação.
Resolução
A Revolução de 1930, apesar de promovida por gru -
pos oligárquicos opositores do governo de Washington
Luís, afirmava defender as propostas da Aliança
Liberal, recém-derrotada nas urnas; ou seja, dizia
atender as aspirações populares e de setores médios
(nos quais se incluíam os “tenentes”), defendendo um
Brasil modernizado que acabasse com os vícios da
“República dos Coronéis”.
VEJA TODAS AS QUESTÔES NO LINK:
http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/enem/2011/enem2011_dia1.pdf
Postado Por
Vera Lucia Costalonga Lopes
Graduada em Letras /Português / Inglês pela UNIoeste – de Presidente Prudente /SP
Pedagogia/supervisão / administração / coordenação pela Fafiprev de Venceslau-SP
Especialista em Docência do Ensino Superior - Pós-Graduada Pela Unipan de Cascavel-PR
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