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terça-feira, 17 de julho de 2012

Análise de O Cortiço - Aluísio de Azevedo


O Cortiço

Análise da Obra

Sem dúvida alguma, o melhor romance de Aluísio de Azevedo é O Cortiço, publicado em 1890, pouco antes de seu autor desinteressar-se inteiramente pela continuação da carreira.
Neste livro, já não é mais a estória das personagens que interessa tanto. Mais do que elas, salienta-se a rivalidade entre o espaço de João Romão e o do comendador Miranda, a simbolizarem todo um processo de transformação econômica em momento de expansão urbana.
João Romão, um ganancioso comerciante de origem portuguesa, possui uma pedreira, uma taverna e um terreno razoável, onde constrói casinholas de baixo custo para alugar. Secundando-o nas tarefas e com ele repartindo a cama, a figura da negra Bertoleza, ex-escrava forte e também ambiciosa, supostamente alforriada.
A poucos metros da venda, havia um sobrado que veio a ser ocupado por Miranda, Estela e Zulmira, uma família economicamente segura, cujo chefe vendia pano por atacado.
A proximidade do cortiço incomodava Miranda que, por sua vez, incomodava João Romão com seu ar de fidalguia e seu título de comendador.
A contratação de Jerônimo, um operário português, para o trabalho na pedreira altera um pouco a composição do cortiço, para onde ele se muda em companhia da mulher, a Piedade. Essa alteração ganha intensidade, sobretudo a partir do momento em que nasce o interesse amoroso entre o operário e a Rita Baiana, beleza máxima daquele agrupamento.
Rita, no entanto, tinha compromisso com Firmo, mulato garboso e gabola, capoeirista hábil, morador de um cortiço vizinho, o “Cabeça-de-Gato”. No primeiro enfrentamento, Firmo leva a melhor e atinge Jerônimo com uma navalhada.
Enquanto isso, Botelho, um agregado em casa de Miranda, começa a estimular o interesse de João Romão por Zulmira, a filha do atacadista de panos. Nesse projeto, evidentemente, inclui-se um plano para dispensar Bertoleza.
A essa altura, Rita e Jerônimo já vivem juntos e a preocupação deste é vingar-se da navalhada que o atingira e, se possível, eliminar seu rival de vez. Através de uma combinação prévia, dois tipos escusos atraem Firmo para uma cilada e Jerônimo assassina-o a pauladas.
Em conseqüência dessa morte, os “Cabeça-de-Gato” atacam os “carapicus” do cortiço de João Romão e a luta só se interrompe por causa de um incêndio provocado.
Na verdade, desse fogo arrasador renasce um cortiço novo e mais “próspero”. O fogo ajudara, indiretamente, os planos de João Romão que, agora, já vinha mantendo boas relações com a família de Miranda. Só restava o empecilho de Bertoleza. Mas o providencial Botelho descobrira o dono daquela escrava, cujo dinheiro da alforria, tão duramente economizado, fora embolsado por João Romão. Diante da ameaça de retorno ao cativeiro, Bertoleza estripa-se.

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