Araújo Porto Alegre (1806-1879)
Imagem: Araújo Porto Alegre (1848), por Ferdinand Krumholz. O autor nasceu em 1806, em Rio Pardo e faleceu em Lisboa no ano de 1879.
|
Um dos principais autores da primeira geração romântica, Manuel de Araújo Porto Alegre acompanhou Gonçalves de Magalhães na Niterói, revista brasiliense, publicando poemas desvelando um forte sentimento nacionalista. Porto Alegre também era um conhecido pintor e cartunista, fazendo caricaturas e desenhos satíricos sobre o Brasil.
Selva Brasileira, pintura de Araújo Porto-Alegre, representante da literatura e da pintura romântica brasileira
Homem das artes e das Letras, deixou aproximadamente 150 obras entre poesias, peças de teatro e traduções. Dentre elas, as mais famosas são: o livro de poesias Brasilianas (1863), o poema épicoColombo (1866), e a peça de teatro Angélica e Firmino (1845).
Veja um trecho do poema Colombo:
(...)
De um salto juvenil pisa Colombo
A nova terra, e com seguro braço,
A bandeira real no solo planta.
Beija a plaga almejada, ledo e chora:
Foi geral a emoção! Disse o silêncio
Na mudez respeitosa mais que a língua.
Ao céu erguendo os lacrimosos olhos,
Na mão sustendo o Crucifixo disse:
“Deus eterno, Senhor onipotente,
A cujo verbo criador o espaço
Fecundado soltou o firmamento,
O sol, e a terra, e os ventos do oceano,
Bendito sejas, Santo, Santo, Santo!
Sempre bendito em toda parte sejas.
Que se exalte tua alta majestade
Por haver concedido ao servo humilde
O teu nome louvar nestas distâncias.
Permite, ó meu Senhor, que agora mesmo,
Como primícias deste santo empenho,
A teu Filho Divino humilde of’reça
Esta terra, e que o mundo sempre a chame
Terra de Vera-cruz! E que assim seja”.
Ergue-se e o laço do estandarte afrouxa:
Sopra o vento, desdobra-o, resplandecem
De um lado a imagem do Cordeiro, e do outro
As armas espanholas. Como assenso
Da divina mansão, esparge a brisa
Um chuveiro de flores sobre a imagem,
Flores não vistas da européia gente!
A nova terra, e com seguro braço,
A bandeira real no solo planta.
Beija a plaga almejada, ledo e chora:
Foi geral a emoção! Disse o silêncio
Na mudez respeitosa mais que a língua.
Ao céu erguendo os lacrimosos olhos,
Na mão sustendo o Crucifixo disse:
“Deus eterno, Senhor onipotente,
A cujo verbo criador o espaço
Fecundado soltou o firmamento,
O sol, e a terra, e os ventos do oceano,
Bendito sejas, Santo, Santo, Santo!
Sempre bendito em toda parte sejas.
Que se exalte tua alta majestade
Por haver concedido ao servo humilde
O teu nome louvar nestas distâncias.
Permite, ó meu Senhor, que agora mesmo,
Como primícias deste santo empenho,
A teu Filho Divino humilde of’reça
Esta terra, e que o mundo sempre a chame
Terra de Vera-cruz! E que assim seja”.
Ergue-se e o laço do estandarte afrouxa:
Sopra o vento, desdobra-o, resplandecem
De um lado a imagem do Cordeiro, e do outro
As armas espanholas. Como assenso
Da divina mansão, esparge a brisa
Um chuveiro de flores sobre a imagem,
Flores não vistas da européia gente!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
http://veramelo.blogspot.com.br/