Segunda Geração Romântica: mal-do-século
Inspirados nas obras dos poetas Lord Byron, Goethe, Chateaubriand e Alfred de Musset, os autores dessa geração também são conhecidos como "byronianos". As principais características da geração são: o individualismo, egocentrismo, negativismo, dúvida, desilusão, tédio e sentimentos relacionados à fuga da realidade, que caracterizam o chamado ultra-romantismo. São temas recorrentes nas obra dos autores da segunda geração: a idealização da infância, a representação das mulheres virgens sonhadas e a exaltação da morte. Seus principais poetas são Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.
Álvares de Azevedo (1831 - 1852)
Poeta romântico por excelência, Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo e estudou na Faculdade de Direito, porém, não chegou a concluir o curso. Faleceu jovem, aos 21 anos, vítima da tuberculose e da infecção resultante de um acidente de cavalo. A partir de então, desenvolveu verdadeira fixação com a própria morte, escrevendo a respeito da passagem do tempo, do sentido da vida e do amor - esse último, jamais realizado.
Seu livro de poesias, Lira dos Vinte Anos (publicada postumamente em 1853), carrega consigo a melancolia de um poeta empenhado em expressar seus sentimentos mais profundos. O conjunto de poesias também evidencia um poeta sensível, imaginativo e harmonioso.
Pode-se dizer que sua obra possui características góticas, pois retratam paisagens sombrias, donzelas em perigo, personagens misteriosas, envoltas em vultos e véus entre outros.
A frustração presente em sua obra é amenizada apenas através da lembrança da mãe e da irmã. Além disso, a perspectiva da morte, apesar de assustadora, traz conforto por saber que cessará a dor física causada pela doença e pelos sofrimentos amorosos do poeta. Veja no poema abaixo:
Se eu morresse amanhã!
Se eu morresse amanhã,viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que amanhã! Eu pendera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! que céu azul! que dove n'alma Acorda a natureza mais loucã! Não me batera tanto amor no peito, Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã!
Além de poeta, Álvares de Azevedo produziu a peça de teatro Macário (1852), escrita após haver sonhado com o diabo. A peça conta a história de um personagem que, em uma viagem de estudos, faz amizade com um desconhecido e desobre ser ninguém mais, ninguém menos que o próprio satã. Não há menções sobre o nome da cidade em que eles se encontram, porém, há referências diretas à cidade de São Paulo. Assim, o poeta aproveita para fazer uma crítica à devassidão na qual a cidade estava imersa.
Azevedo também escreveu um romance chamado Noite na Taverna (publicada postumamente em 1855), uma narrativa composta por cinco histórias paralelas sobre cinco homens que relatam, em um bar, histórias de terror vivenciadas pelos mesmos. São eles: Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e Johann. Os nomes são claramente europeus e fazem referência aos romances românticos produzidos naquele continente (especialmente os italianos e os alemães), bem como sua temática macabra, inspirada nos romances góticos.
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quarta-feira, 25 de julho de 2012
Lord Byron (1788 - 1824) Álvares de Azevedo (1831 - 1852)
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